Texto e Fotos: João Mantovani
Ícone dos Hot Rods, Ford 32 nasce como um carro novo depois de muita mão de obra brasileira aliada a peças importadas
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Praticamente qualquer carro pode ser um hot rod. Afinal, a expressão funciona para carros modificados em geral. Mas, nenhum pode ser tão emblemático quanto o Ford 1932. Esse das fotos e do vídeo, então, é o que pode-se definir como o verdadeiro puro sangue, pois, além do visual clássico e motorzão V8, suspensão e freios fazem dele um completo esportivo.
Alexandre Benevides é o pai dessa cria. Sua oficina, em Salto de Itu, interior de São Paulo, é um verdadeiro celeiro e por lá só tem carro de raça – são mais de 40 projetos em andamento, num processo artesanal até chegarem aos proprietários. “No caso desse 32, a parte central da carroceria chegou direto dos Estados Unidos. Lá, a Ford tem fornecedores de peças homologadas, perfeitas para esses projetos”, explica o customizador.
O projetos começam, na verdade, na prancheta do designer, onde o cliente escolhe como será o visual do carro. A partir daí, existem infinitas opções de acabamento e peças para entrar no projeto. Maçanetas, instrumentos, alavanca de câmbio e pedaleiras… tudo pode ser escolhido através de catálogos chancelados pela Ford americana e importados para o Brasil. “Você pode montar um 32 exatamente como ele saía de fábrica”, completa. A diferença é que tudo é moderno – o velocímetro, por exemplo, não tem cabo e seus mostradores são guiados por GPS.
Neste carro, foi escolhido um tom clássico, o preto, e feito um colete e filetes em cobre na carroceria. “Muitas pessoas se enganam quando acham que tudo vem pronto para montar. Na verdade, a base é zerada, mas tem muito trabalho até chegar nesse resultado, pois existe muita modificação na carroceria para chegar nesse resultado”, conta Alê. Neste Ford, os paralamas foram encurtados em quase 10 centímetros e a saia traseira foi eliminada para deixar à mostra o curioso eixo traseiro. O processo de pintura toma, em média, quatro meses para ser finalizado.
A peça, que integra os discos de freios, é um mix de marcas, totalmente moderno e funcional. No centro, o diferencial é um Ford Nine (coroa e pinhão) e, colado nele, estão os discos de freios de 12 polegadas e pinças de quatro pistões. “Não existe torção dos eixos nas frenagens nesse sistema conhecido como inbox”, explica sobre o conceito criado pela Jaguar. Nas pontas, está uma suspensão que utiliza a mesma geometria das Chevrolet Corvette C6, garantindo tração e estabilidade para o hot. Na dianteira, o sistema também é das Chevy e usa discos de 14 polegadas e pinças gigantes de oito pistões da nacional Sigma, superdimensionados para o carro de apenas 1.400 kg.
Com esse baixo peso, seu motor 4.6 V8 com superchager não tem problemas para jogar o hot pra frente em cada troca de marchas do câmbio automático feito especialmente para o projeto. Trata-se de um conjunto novo, fabricado com as especificações de Alê para este projeto. Para deixar tudo redondo antes de entrar no carro, o conjunto é enviado para o Nando, de Cascavel, que funciona o motor com uma injeção Injepro, também brasileira, em dinamômetro de bancada. Depois de um acerto básico, Nando traz tudo para a HCB para instalação e calibração final, que rendeu mais de 400 cavalos nas rodas!
Por último, vem interior, também feito todo na empresa de Benevides, que conta com um verdadeiro ateliê para a confecção da tapeçaria. Bancos, laterais de porta, teto… Trata-se de um serviço manual e detalhado, como acontece com os carros mais requintados do mundo. “Hoje, o carro só sai da empresa para fazer o sistema de escapamento. O resto, fazemos tudo aqui”, finaliza Benevides.
Esse e outros carros fabricados na HCB serão mostrados todos os meses no Clube FULLPOWER. Fique ligado! 
