Mustang V6 equipado com kit compressor revela 560 cv

Mustang V6 “papa V8” : com kit compressor, Ford revela 560 cavalos e 50 kgfm de torque. Tudo para roncar alto e deixar para trás os V8 “desavisados”!

Certo dia, eis que Roberto Sant’Anna Ramos, um empresário de Mogi das Cruzes (SP), liga a televisão e dá de cara com Fernando Baptista, da customizadora Batistinha Garage, em um dos programas Rides, do Discovery Channel. Ele ficou paralisado, com os olhos colados na tela e um pensamento na cabeça: “um dia terei um carro modificado por esse cara”. E esse dia, enfim, chegou! “Tive a oportunidade de importar um Mustang por um amigo meu, com preço acessível. Trouxe e já mandei para o Batistinha”, afirma, referindo-se ao V6 3.7 cupê 2013.

Mas, por que trazer logo a versão mais simples? “Fiz questão de importar essa para preparar e ‘dar pau’ nos Mustang V8”, justifica. E, engana-se quem acha isso uma missão impossível. Ele não só “atropela” os V8, como gera um ronco assustador!

Após uma breve reunião com o preparador, Roberto entendeu que a melhor alternativa para transformar seu V6 em um “papa V8” seria com um kit de supercharger. “Mostrei para ele que um kit Procharger tinha a capacidade de somar mais de 170 cavalos à potência original”, lembra Batistinha. O dono do carro, então, assinou um checão e, em pouco tempo um conjunto sob medida pousava na BTS Performance, divisão esportiva da empresa de Baptista.

Apesar de venderem como plug & play, o conjunto requer algumas alterações para incorporar o motor V6. Como, por exemplo, o deslocamento do reservatório de água e o posicionamento do intercooler. No caso do reservatório, sua recolocação é necessária para a entrada do supercharger P-1SC-1. Uma das vantagens do componente está em sua autolubrificação, que não requer novas linhas de óleo.

Um filtro de ar esportivo também acompanha o pacote e, nesse caso, foi instalado na caixa original. Um fato curioso: Roberto não queria que seu carro apavorasse os V8 somente em performance, mas também no ronco do V6. “Pedi ao Fernando o escape mais barulhento possível, pois queria assustar de verdade”, brinca o dono do Ford. Atendendo aos pedidos do entusiasta, a equipe da preparadora importou um par de abafadores Roush, mais invocados que os Magnaflow, por exemplo, e fabricaram canos sarados, desde os coletores.

Na prática, caro amigo, o estrondo emitido pelos escapes é ensurdecedor, chegando até a incomodar. “Meus vizinhos aqui da cidade querem me matar quando estou chegando em casa”, diverte-se Roberto. E ele pode chegar na atitude, pois o Stang faz curva de verdade com o novo conjunto de amortecimento. Oriunda dos GT 500, a suspensão tem funcionamento mais firme e altura reduzida, proporcionando esportividade ao muscle.

Da versão GT 500 também veio um aerofólio, encaixado como uma luva no carro. “Pesquisei na internet sobre o componente e não tive dúvidas de que ficaria animal no Mustang”, diz Roberto, que também pediu a Fernando um par de faixas brancas, contrastando com a cor da carroceria negra.

Apesar de todas as dificuldades do projeto, o que mais deu “dor de cabeça” no customizador foram as rodas Foose Speed Black, com a “módica” medida de 22 polegadas! “Antes mesmo de comprar o carro, o Roberto já tinha abraçado esse jogo de rodas. Portanto, seria questão de honra para ele vê-lo no Mustang”, explica Batistinha. Dessa forma, além de rebater (de leve) os paralamas, foi preciso adotar baixos pneus, com medidas 265/35. “Dependendo do lugar que eu ando, eles raspam um pouco, mas eu nem ligo. Ficou animal do jeito que está e assim vai continuar”, finaliza Roberto.

Feliz com o resultado, o dono do carro garante que não pretende vendê-lo, salvo uma única condição: se for para interar a grana na compra de um Shelby GT 500 Eleanor, sonho de consumo do cara (e nosso também, claro…).

Texto: Giuliano Gonçalves

Fotos: João Mantovani