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Gol turbo troca provas de Arrancada por Track Days
PRA MELHOR – Piloto muda a configuração de seu Gol, deixa as provas de Arrancada e apavora nos circuitos em Track Days
Tempo e investimentos pesados neste VW Gol fizeram o piloto Tiago Régis, de São Paulo, faturar praticamente nada em anos de provas de Arrancada. O carro foi comprado já montado e, além de não brigar entre os ponteiros, também lhe incomodava o pouco tempo de diversão. Afinal, para acelerar na reta seu motor turbinado com mais de 600 cavalos, era preciso esperar filas gigantes da categoria Turbo B. Mas, “em um papo informal com o preparador Ricardo Baptista, o Portuga, tivemos a ideia de mudar de ares e partir para um projeto de Track Days”, conta Tiago, com um sorriso no rosto, no Autódromo de Interlagos.
Quer saber o motivo de tanta felicidade? “Desde a primeira prova, no circuito do Vellocittá, em 2013, somos os mais rápidos de tração dianteira, sem falar do tempo que colocamos em diversos superesportivos”, revela. E tem mais. Se a diversão se resumia em apenas alguns segundos de adrenalina, agora o cara roda até 45 minutos contornando curvas, freando e acelerando forte o bólido, devidamente alterado para assombrar a concorrência pelos autódromos do Brasil.
O que muda?
A carroceria já era bem aliviada e tinha proteções para o piloto, com santantônio e cintos de cinco pontos. Mesmo assim, Tiago deu uma bela melhorada na segurança, com novas amarrações e um banco também especial.
Tudo é homologado, apesar de não ser uma exigência da categoria. Era preciso, então, pensar “no chão do carro”, com amortecedores, molas, rodas e pneus diferentes. “Tenho experiência em provas de circuito, pois competi anos atrás em categorias como a Turismo N. Dali vem a configuração de molas e amortecedores, por exemplo”, conta.
As molas têm agora a carga de 800 libras na dianteira e 1000 lb na traseira. É mais de cinco vezes o que um carro de rua utiliza — amortecedores especiais são da Fênix. Ou seja: este Gol, que ainda tem o adesivo 1.000 na traseira, não faz nada no asfalto mal pavimentado de São Paulo: chega de guincho e vai embora assim também.
Se antes borrachava os pneus radiais para grudar no VHT das retas de arrancada, agora os quatro slick montados em rodas aro 16” precisam de uma voltinha ou duas na boa para atingir temperatura e, então, grudarem pra valer no asfalto.
Mesmo assim, é difícil segurar a potência nas curvas. “Diversas vezes, é preciso ir tirando o pé do acelerador, à medida que entra pressão de turbo no motor”, explica Tiago, que tem três potências estabelecidas para uma volta em Interlagos, por exemplo — varia de 220 cv até 380 cv. “É gostoso dirigir um carro sem eletrônica na pista”, completa.
O motor, um AP 2.0 com pistões Ross e Bielas Scat, usa comando 296º e um turbo Borgwarner K 27 com caixa quente .64, da DNT Turbos. Além de menos pressão e potência do que na configuração de Arrancada, o sistema de arrefecimento é todo superior e mantém a temperatura estável durante voltas e voltas.
Nessa balada de 10, 15 voltas seguidas, os freios, agora a disco nas quatro rodas, também não reclamam. Além de superdimensionados, contam com dutos de ar abertos no para-choque dianteiro, melhorando a eficiência do sistema.
Com uma receita relativamente simples, Tiago já obteve marcas impressionantes. Em Interlagos, vira 1min53seg400, praticamente o tempo da Audi RS6 recordista do FULLPOWER LAP. “Ainda vamos tirar peso do Gol e melhorar a tocada”, conta. E a Arrancada, esqueceu de vez? “Não! Ainda tenho uma Saveiro para quando bate a saudades“, finaliza o piloto.
Texto e fotos: João Mantovani
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