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Performance

V60 Racing homenageia station de corrida

Esta Volvo V60, com motor turbo 2.0, versão T5 R Design, foi retirada da frota para se transformar numa reedição da SW 850T, preparada pela Tom Walkinshaw Racing para o BTCC, o Campeonato Britânico de Carros de Turismo dos anos 90.

O carro não podia sair na rua da oficina paulistana Trans It, mas tínhamos de aproveitar tal oportunidade: éramos a única publicação brasileira a ver, entrar, empurrar e até dirigir a nave.

Acácio Braz ficou incumbido de transformar uma belíssima T5 branca, emplacada e prontinha para ser vendida, em uma máquina de pista. Quem não quer uma missão dessas?! Ele ficou tão empolgado que até já se candidatou a comprar o carro, que ainda pertence à Volvocars brasileira. A atitude de pintar o carro e não adesivá-lo já é digno de reverência e salva de palmas em pé. Nada contra envelope ou adesivo, mas corajoso de verdade, vai na pintura! Braz foi bem longe: “após decidirmos que faríamos uma homenagem à 850T, peguei uma miniatura que tenho em casa desse modelo do BTCC. Fui à uma loja de tintas e pedi os dois tons de azul das faixas decorativas da época. Me acharam meio louco, mas taí”, comemora o paulistano que trabalha há mais de duas décadas com acessórios.

Faixas foram pintadas e não adesivadas. Suspensão é mais baixa e escape direto

Apesar de ter sido emplacada anteriormente, o V60 ajuda aos que vão para um evento e depois precisam colocar o carro na rua: seu lacre é fixado em um suporte parafusado na tampa traseira, ou seja, dá para eliminar a placa ao chegar no evento, montá-la ao final e rodar dentro da lei, lacradinho. Outro segredo: eliminar peso nesses carros atuais e cheios de eletrônica não é tarefa fácil. “Começamos a desmontar bancos, teto solar, airbags de cortina, laterais, frontais… Mas, na hora de ligá-lo e manobrá-lo, nada! Simplesmente para de funcionar, entra em emergência e problema seu”, comenta Braz. Como os conjuntos eletro-eletrônicos se conversam para garantir a segurança ativa, por exemplo, é normal que um airbag “desligado à força” faça com que a partida não dê sinal de vida.

Interior desmontado, bancos concha, volante esportivo, cintos cinco pontos, santantônio

Nos quatro meses que passou preparando o V60 para a mostra paulista, Acácio aprendeu a driblar a central eletrônica e hoje o V60 funciona mesmo sem banco traseiro, do passageiro e forrações internas, por exemplo. “Cuidamos muito dos cabos, chicote e até dos pontos onde há cabos de fibra ótica, que não podem ser dobrados. Deu trabalho, mas tudo funciona, e bem, com 250 kg a menos”, completa o especialista.

Escape: ponteiras originais, porém foram eliminados abafadores. Menos peso, mais ronco!

Mais magro e quase cinco centímetros mais baixo graças às molas H&R bolt-on — basta tirar as originais e instalar as de alta performance —, falta desenvolver uma preparação leve para o quatro cilindros em linha 2.0 com injeção direta. Motor conhecido, equipa também o Volvo XC60, a Range Rover Evoque e o novo Fusion: é o tal do Ecoboost. No entanto, seus 240 cv originais podem subir para os 300 cv facilmente com admissão e escape mais livres, assim como adoção de um intercooler maior. Sem falar no aumento da pressão de trabalho de 0,5 kg para cerca  de 0,8 kg. O câmbio com dupla embreagem e seis marchas aguenta bem até 320 cv e 40 kgfm de torque. “Estamos conservadores nos upgrades mecânicos. Pouco mais de 250 cv renderão muito bem considerando os 250 kg que eliminamos”, finaliza Acácio.