Publicado em
Performance
Ford Roadster 1932 tem motor V8 5.0 de 600 cv
Texto: Eduardo Bernasconi / Fotos: João Mantovani
A posição de pilotagem do Roadster 1932 é longe da ideal: pernas muito encolhidas, volante quase na horizontal e ajustes limitados. Tudo bem para uma condução nos anos 1930 com motorzinho V8 de 65 cv, mas tudo mal quando há um monstro com motor oito cilindros com compressor que gera 600 cv e 80 kgfm de força instalado à frente do piloto.
Nem tão mal. Em menos de cinco minutos dirigindo esse endiabrado hot rod, eu já estava ameaçando uns zerinhos no posto de gasolina que serviu de locação para este ensaio. Mas, a D. Julia, primeira dama da Hot Company Brasil (HCB), oficina especializada no interior de São Paulo, me deu bronca de estar cozinhando um motor Coyote zeradinho ainda precisando de acertos. Ela tinha razão. Obedeci e parei de fritar os 285/50 R20 Pirelli Scorpion montados em rodas Billet Specialties Legacy G.
Apertado na mini-cabine, era preciso dirigir com o braço esquerdo apoiado na perna, mãos no volantinho e seguidas troca de marcha no Tremec de seis marchas. Além do esporro de ficar bagunçando, ainda recebi orientação de Alexandre Benevides, dono da HCB, nas frenagens, pois qualquer um com mais de 1,75 m de altura pode sair com o joelho roxo de tanto bater no volante.
Os coletores de escape diretos gritam na vontade conforme o giro sobe, enquanto o compressor dá as cartas com seu típico apito. Mas, há uma válvula no escape, escondida, controlada por aplicativo de celular que direciona os gases para os canos que levam até as ponteiras embutidas na traseira da carroceria Brookville Roadster, fabricada em Ohio (Estados Unidos).
“Ao fazer o pedido da carroceria de lata, o comprador escolhe alguns detalhes, como ter paralamas ou deixá-lo hiboy, capota de lata ou conversível com teto escomateável de lona”, diz Benevides. Chassi e carroceria custam, lá fora, pouco mais de US$ 30 mil e usam a chapa exatamente igual à estampada há décadas.
Esportivo
O powertrain deste 32, que pesa pouco mais de 1.000 kg, exigiu um conjunto a altura. A suspensão com amortecedores coilover Viking permite regulagens e os freios dianteiros têm discos de 330 mm com pinças Sigma de seis pistões. Na traseira, são quatro pistões e discos coladinhos com o lindo diferencial. Evidente que não é um carro para se inscrever para um Track Day, mas dá para pegar a estrada rumo a qualquer evento de antigos rodando bem acima de 200 km/h… foi o que nos disseram.
Para rodar fechado, basta levantar a capota escondida atrás da cabine e prender duas travas junto ao para-brisa. O luxo é tanto que ele tem até ar-condicionado para andar com o teto montado. Entre os detalhes de customização estão as ponteiras de escape embutidas na carroceria e as lanternas de LED, além da pintura especial com pigmentos da PPG escolhidos por Benevides. “A exclusividade começa na carroceria de lata e vai aos detalhes que inventamos na HCB. Não haverá outro roadster como este no Brasil”, finaliza Alê.
Ficha Técnica
Motor > 8 cilindros em V, 5.0
Alimentação > Injeção eletrônica, compressor, gasolina
Potência > 600 cv
Torque > 80 kgfm
Transmissão > Manual, seis marchas, tração traseira
Freios > Discos ventilados
Pneus > 255/40 (diant.) 285/50 (tras.)
Rodas > Aro 18” (diant.) Aro 20” (tras.)
Upgrade > Motor, suspensão, freios, rodas, pneus, injeção eletrônica, compressor, instrumentos
Empresas > HCB, Nova Racing, Sigma
Veja também
Performance
Ford desafia os limites da eletrificação no Pikes Peak com a F-150 Lightning SuperTruck
Performance
Depois de bombar nos EUA com 7.500 pedidos, novo Mustang GTD parte para a Europa
Performance
Em homenagem a Ayrton Senna, McLaren se pinta com as cores do Brasil
Performance
Último Corvette Yenko/SC? Versão com 1.000 HP é limitada em 60 carros
Performance
Adamastor Furia coloca Portugal no mapa dos países fabricantes de superesportivos
Performance