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A história de como nasceu a primeira e única VW Saveiro GT
Sim, você está certo: nunca existiu uma Saveiro GT. Porém, isso não tira a beleza deste projeto. Pelo contrário, só valoriza a dedicação que o proprietário teve com a restauração da picape. Um sinal disso é que este Volkswagen ganhou o prêmio de Melhor Interior do Bubble Gun Treffen 7, que aconteceu em novembro de 2015.
Segundo o engenheiro civil Adriano Nogueira, dono da única Saveiro GT do planeta, a aventura começou em 2013 com um telefonema de madrugada. “Sempre gostei de Saveiro e de Gol GT e estava a procura de um deles”, contou o proprietário. “Um amigo viu o anúncio na internet e me ligou na hora para ver”.
A picape estava em boas condições e o engenheiro fez as contas de quanto deveria pagar. Ele tinha planos para conseguir um desconto. “Fui com roupas simples, barba e chinelo, mas o vendedor não caiu no truque”, brinca. Para não perder a oportunidade, o negócio foi fechado na hora.
A princípio, os planos eram de recuperar a Saveiro de maneira impecável e rodar com rodas maiores Snowflakes. Quase tudo o que você vê dentro do carro foi adquirido pelo engenheiro. Aproveitado o conteúdo original, apenas tabelier e as capas de forração das portas. Feltro e tapeçaria são novinhos. Os instrumentos no cluster tem iluminação por LED, todos os botões são novos. Tudo pesquisado e comprado pelo próprio Adriano na internet. Da Alemanha vieram o pomo da alavanca de câmbio e a chave, ambos do Golf MKI. Os bancos Recaro têm padronagem do Golf MK7.
Antes de receber o novo interior, a picape já foi desmontada e repintada na cor Branco Paina. As ripas de madeira da caçamba foram retiradas, receberam novo tratamento e foram recolocadas com todo o carinho com rebite de rosca inox. Nogueira foi vendendo algumas peças para comprar outras em melhor estado. Foi assim com os faróis, lanternas, retrovisores e para-choques. O visual da Saveiro já ficou fino, ainda mais com as rodas de 17”, filete vermelho no capô – ao estilo do Gol GT — e perfil mais baixo pelas molas esportivas Black Spring.
A mecânica estava boa, só foi preciso manutenção no motor 1.6 litro. Essa parte do trabalho ficou por conta da Motortech. Velas, filtros e cabos foram substituídos. Suspensão, freios e radiador passaram por revisão e ajustes. Um carburador 2E e o comando 049G completam a receita para a picape.
Com o carro rodando, Adriano começou a frequentar encontros de aficionados por Volkswagen. Foi justo num desses eventos, no começo de 2015, que um dos amigos notou o filete “GT” e deu a ideia de fazer a primeira — e única — Saveiro GT.
Nasce a Saveiro GT
Para deixar a picape com cara de GT, Adriano precisou adaptar alguns elementos. A plaqueta que vai dentro do carro estava difícil de conseguir, por isso uma peça sob medida foi encomendada a um amigo do engenheiro, Guilherme Awesome. O mesmo foi feito com o adesivo na tampa traseira. Afinal, os Gol GT sempre foram 1.8, e não 1.6 como na picape. A customização continua no adesivo GT do vidro traseiro, que tem um contorno preto, e na coluna da porta.
Com o sonho concluído, graças ao trabalho da FTS Som, da Zona Norte da capital paulista, Adriano pode finalmente curtir um pedaço de sua juventude. Quando era adolescente, ele sonhava em ter na garagem um Gol GT. Quando estudou na faculdade, no fim dos anos 1990, o engenheiro comprou um Volkswagen Gol GTS ano 1989 inteiraço. “Tinha até os plásticos do banco traseiro”, lembra. No entanto, com anos ele deixou a paixão um pouco de lado para focar no trabalho.
Hoje, com sua Saveiro GT premiada, Adriano revive os anos 1980. O sistema de som (original no painel, mas com um CD-Player escondido no fundo do porta-luvas) só toca músicas daquela época. O engenheiro também usa óculos e relógios antigos, tudo para incorporar uma época que não volta mais. “Desde criança sempre gostei de Volkswagen. Meu avô teve Fusca e meu pai guiava um Gol”, recorda.
Não pense que a picape tem vida mansa. O zelo com a Saveiro é grande, mas ela encara viagens longas para encontros e não castiga a coluna do motorista. “Já fui duas vezes para Blumenau e também para Belo Horizonte. Os bancos são muito confortáveis”, conta Adriano.
Porém, há aqueles chatos que reclamam que a Saveiro GT não é 1.8, como era o Gol GT. “Quando puder, tenho planos de trocar o motor para 1.8 e deixar o cofre mais limpo”. A reação de quem gosta de VAG, porém, mostra que os críticos são a minoria. Durante o BGT 7, alguns funcionários da Volkswagen do Brasil ficaram curiosos e elogiaram a Saveiro GT. Era a primeira vez de Adriano no evento, e ele já saiu de lá campeão.
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