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Chevrolet Cruze Sport6, 1.4 Turbo: conforto, tecnologia e pouco ganho no dinamômetro
A Chevrolet do Brasil cedeu um Cruze Sport6, sua novidade com motor 1.4 Turbo e câmbio automático de seis marchas, igual ao sedan lançado meses atrás. Nós ficamos com o hatch cheio de tecnologia e acabamento muito bom para cima e para baixo. Rodamos milhares de quilômetros em pouco menos de três semanas, com direito a diversas passadas em dois dinamômetros: um deles na Tecnomec (www.tecnomec.com.br) e o outro da Herrera Motorsports (www.herreramotorsports.com.br).
O comportamento do carro é muito bom, rápido, sem lag do turbo e arrancadas rápidas. Não anda mais que um VW Golf TSi (também 1.4), por exemplo – pelo menos esse modelo vermelho que pegamos. O motor vai muito bem até quase 5.000 rpm, depois para de crescer. Com seis velocidades, o câmbio automático tem trocas suaves e fica clara a prioridade para conforto, silêncio abordo e não performance.
As novas linhas e o acabamento interno mudaram muito, para melhor. Há quem diga que parece um Hyundai, chamando-o de i30 da Chevrolet. E este Chevy é tão bem equipado e bem acabado que surpreende. Mas também custa caro: a versão top, x-tudo mesmo, pode custar R$ 111.000. É bastante dinheiro. Ok, tem teto-solar, assistente de direção que mantém o carro entre as faixas da estrada mesmo que as mãos não estejam no volante (hands-off), há o OnStar, um sistema de concierge que ajuda em emergências e/ou até na solução de simples problemas ao toque de um botão (uma pessoa do outro lado da linha ajuda o motorista), muita eletrônica embarcada, mas, como escrevi, custa caro. Aliás, todos os carros novos estão com valores elevados (alguns usados também). Outro sistema que funciona muito bem no Cruze, a central multimídia com MyLink2: muita rápida, intuitiva… eficiente!
E entre os bancos dianteiros, na versão mais cabeçuda, há até um carregador de smartphone sem fios: basta estar com o bluetooth habilitado no aparelho e encaixá-lo no local para receber carga, como na imagem abaixo.
Para um FULLPOWERmaníaco que optar pela compra do Cruze, alguns detalhes importantes (além da ficha técnica, ao final do texto): o Cruze hatch aceita bem até rodas 19″, com pneus de perfil 35. Abusar e colocar aro 20″ com perfil 25 ou 30 será sofrível e o conforto vai para o espaço – não precisa ser um gênio para deduzir isso. O motor 1.4 turbo não aceita bem remapeamento ou piggy-back.
Nos testes feitos em alguns modelos, hatch e sedan, os ganhos apenas na eletrônica não chegaram a 10 cv (no etanol), nas rodas. Em modelos de outras marcas, é mais fácil ganhar cerca de 15/20 cv, também nas rodas, para esses motores quatro cilindros turbo. Resumindo: o Cruze não aceitou muito bem preparação eletrônica pura e simples. Talvez, veja bem, TALVEZ, trocando componentes mecânicos como down-pipe, turbo, escapamento, a brincadeira possa melhorar. Nas medições originais, para esse modelo específico que utilizamos, a potência veio pouco abaixo do que o divulgado, porém o torque bateu no que a Chevrolet divulga.
Tanto na Tecnomec, quanto na Herrera Motorsports, os rolos apontaram 145 cv no motor, enquanto a fábrica divulga 153 cv (etanol). O torque, em ambos os dinos, também apontaram resultados semelhantes: 24,6 kgfm de força no motor ou seja. Todas as medições foram feitas no combustível verde.
Ficha técnica
Motor: 4 cilindros em linha 1.4, 16V, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1.399 cm3
Combustível: Flex
Potência: 150 cv a 5.600 rpm (gasolina) e 153 cv 5.200 rpm (etanol)
Torque: 24 kgfm a 2.100 rpm (gasolina) e 24,5 kgfm a 2.000 rpm (etanol)
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Freios: discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 290 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.336 kg
Consumo cidade: 11,0 km/l (gasolina) e 7,4 km/l (etanol)
Consumo média estrada: 12,9 km/l (gasolina) e 9,1 km/l (etanol)
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