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Inocente Chevrolet Celta vira um carro radical após transplante de motor
No auge da sua popularidade, o Chevrolet Celta era um dos carros mais acessíveis no mercado brasileiro. Lançado em 2001 para competir com o Fiat Uno, o compacto da GM rapidamente se destacou como uma opção econômica, principalmente na versão básica com motor 1.0. O que nem todos sabiam é que o carrinho também tinha um potencial impressionante para receber modificações e atualizações de desempenho. O Felipe Perdigão, dono do modelo que aparece nas fotos, foi uma das pessoas que descobriu esse segredo do Celta.
“Comprei meu Chevrolet Celta zero km, em 2010, e sempre mexi nele. Mas, foi só no começo de 2014 que decidi radicalizar”, explica o proprietário, que vivia em busca busca de algo novo para o carro.
A princípio, turbinar o motor original parecia uma boa ideia. A preparação seria rápida e relativamente fácil. Contudo, o resultado seria limitado e pintou a dúvida se valeria a pena. “Depois de muita conversa com amigos, desisti do turbo e saí em busca de uma mecânica 1.8 para fazer o swap”, conta Felipe, que de cara descartou a ideia de comprar direto na Chevrolet o novo motor.
“A rede de auto-peças da GM até tinha o conjunto zero km à pronta entrega, mas o preço era uma facada”, lembra. Partiu, então, para os desmanches, mas não foi nada fácil e todas as buscas foram em vão. Até que, em um belo dia, Perdigão avistou uma Meriva na rua batida, na traseira, porém com a dianteira intacta, parou e fez uma proposta para tirar o motor. “A quilometragem da Meriva estava baixa e o preço cabia no meu orçamento, mas só para o motor. Fechei na hora!”, comemorou o dono do Celtinha.
Com o motor 1.8 em mãos, Felipe correu para a SPPORTCARBR, em São Paulo, para começar o “transplante” mecânico. Foram 30 dias para revisar todos os componentes e realizar a troca, que ocorreu sem nenhum problema, mesmo utilizando o módulo de injeção e câmbio originais da versão 1.0.
“Eu não tinha dinheiro para o câmbio e o módulo do 1.8, então resolvi andar com ele por algum tempo para ver como se comportava. A relação original deixa o Celta com uma pegada mais forte de saída e o módulo nunca deu problemas”, explicou Perdigão. A única adaptação necessária foi no cano da admissão de ar, pois no novo motor o corpo da borboleta fica na vertical. Além disso, o escape agora é todo em 2”, com só um abafador traseiro.
Perdigão nunca mediu a potência do Chevrolet Celta. Ele só precisa saber que o carro é rápido. Acelera tanto que precisou de um novo conjunto de freios com discos maiores.
Chevrolet Celta estilo Euro
O Chevrolet Celta do Perdigão já teve algumas personalidades. Hoje, segundo o proprietário, o modelo segue a linha Euro, com inspiração na Lotus.
O interior tem poucas alterações, como o volante com cubo de saque rápido da Lotse e uma alavanca de câmbio mais alta. Para não chamar atenção, os relógios com indicadores do motor ficam escondidos no porta-luvas, uma solução bastante engenhosa.
Mesmo antes de receber o motorzão 1.8, o Celta do Perdigão sempre andou baixo. No entanto, com a nova mecânica de cárter e protetor mais baixos, foi preciso repensar a suspensão. Para não ter que levantar o carro, Felipe decidiu mudar o sistema e estacionou na Charada Film, em São Paulo, em busca de um kit a ar.
“O sistema de suspensão a ar do Celta é formado pelas bolsas cônicas da Castor, mas com mangueiras de 8mm e compressor do próprio Charada”, relata Felipe, que faz questão de manter o visual do carro sempre baixo. Na prática, funciona bem, mesmo quando exigido de forma mais radical. “Não tenho problema nenhum com o sistema a ar. Dá para andar forte e fazer curva rápido!”, garante.
Depois que a suspensão ficou pronta, o Chevrolet Celta rodou por um bom tempo com rodas réplicas da BBS RS aro 15”. “Estava legal, mas nada muito diferente do que se vê por aí”, conta Felipe.
Rodas raras
Foi então que um jogo de rodas realmente exclusivo apareceu na DKC Garage para nortear a identidade desse Chevrolet Celta: o do Emme Lotus 422T, um dos carros mais misteriosos já fabricados no Brasil. Além de trazer a memória do Omega Lotus, fabricado nos anos 1990, e o visual Euro, a medida 15” X 7,5” agradou e bastou um adaptador para mudar a furação de 4×100 para os 5×112,5. “Optei por uma medida mais fina, para o pneu ficar stretch, porém mais alta. Assim, não me preocupo em destruir a roda no primeiro buraco que cair. Acho que o stance ficou perfeito em diversos pontos de regulagem da suspensão”, explica Felipe sobre a escolha dos pneus Kumho 155/60.
Com rodas e altura na medida, era hora de mudar o visual externo do Chevrolet Celta, num mix de peças inusitadas que rendeu um belo acabamento, sem uso de fibra de vidro. O parachoque dianteiro é uma combinação do kit original esportivo da Chevrolet, que pode ser achado nas concessionárias, aliado a um EZ Lip (spoiler frontal universal, de borracha, fácil de se encontrar na net). Nas laterais, foram escolhidas as saias esportivas do primeiro modelo do Celta, segundo Felipe “mais harmoniosas e com visual limpo do que as modernas”. Os “mud flaps” (conhecidos como defletores de lama ou para-barro) traseiros são da brasileira TG Poli, têm fixação universal e dão acabamento racing ao pequeno bólido.
Dali, as atenções foram para os detalhes. Faróis de milha foram pintados de amarelo com verniz vitral e receberam kit xenon 3000K. Enquanto os faróis e lanternas ganharam uma película fumê, retrovisores e parachoques são preto fosco. Para deixar clara a atitude do carrinho, Felipe aproveitou o verde Hera original do Chevrolet e instalou adesivos da equipe Lotus de F1. Com uma linha dourada e o número 61 nas laterais, em homenagem ao ano de nascimento de seu pai, algo fica muito claro neste carro: ele agora é o verdadeiro Celta Lotus!
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