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Meu carro na Fullpower
Barca de arrancada: Chevrolet Caprice preparado no Brasil tem motor V8 de 8.3 litros!
Se você é do tipo que aprecia história, gosta de olhar para os carros antigos e imaginá-los com placas pretas, prepare-se para o choque: este sedan Chevrolet Caprice de 5,44 metros de comprimento teve seu cofre saqueado e o capô cortado. Arrancaram seu V8 305 original para colocar um 502 com kit stroke que elevou a cilindrada para 509”, ou seja, 8,3 litros. Um swap de gente grande, realizado na Dominator Performance, interior de São Paulo. O resultado é uma banheira invertida, com rodas aro 15”, que frita os pneus 295/50 traseiros facilmente.
E não vá imaginando que aí tem um chão maravilhoso e que se pode fazer de tudo com segurança: apesar de ser um veículo de 1991, ele usa configuração com chassi e carroceria, e não monobloco, como os carros de passeio convencionais. Acredite se quiser: ele tem componentes que também eram usados nos modelos de 1977.
Gosto não se discute
Ricardo Romi Zanata, o proprietário, derrete sem dó os pneus da barca que levou anos para ficar pronta, após passar por cinco oficinas e preparadores diferentes. “O carro fazia parte da coleção de um tio meu e destoava um pouco dos mais antigos. Eu e um amigo que já teve carro publicado na FULLPOWER fomos até o galpão onde ele guardava o Chevrolet Caprice e o convencemos a vendê-lo para mim. Após prestar serviços ao Consulado do Canadá em São Paulo e à coleção do tio, o carro caiu nas mãos erradas: as minhas”, conta.
Ao sair da garagem do tio, Ricardo ligou empolgado para um dos preparadores e falou que o carro tinha um belo V8 305, pronto para receber modificações. “O cara falou para eu tirar o motor e usar como âncora, pois para o carro ele não prestaria. Percebi o tamanho da fria que entrei. Depois disso, conversando com amigos e especialistas, e passados alguns meses, cheguei à Dominator e veio a decisão de usar um V8 502.”
O big-block é bem maior que o 305 original e foi preciso dar uma laceada no cofre para encaixar o grandalhão, que vai acoplado a um câmbio manual de cinco marchas TKO500, da Tremec. Além do compartimento, foi preciso criar uma abertura no túnel para que a enorme alavanca pudesse ser fixada. As trocas são precisas e os engates, justos. Porém, mesmo com short-shift da Hurst, o curso é longo. De primeira até terceira, é o samba do doidão, lixando em todas as marchas, com carroceria mexendo muito! Isso pois a suspensão de construção antiga (e esperando upgrade) não comporta os mais de 600 cv e 100 kgfm de torque que parecem estar disponíveis a todo momento.
Segundo o preparador Henrique Porte, agora que está montado e rodando, é preciso definir se será um carro mais radical, para Arrancada e provas de velocidade máxima, ou se ficará só para uso civil. Caso a última opção seja confirmada e Ricardo decidir rodar diariamente com o Chevrolet Caprice, ele deve perder a CNH em tempo recorde, ou ser preso nos primeiros passeios, já que é inevitável bagunçar com ele. Na pista do ECPA, durante nosso ensaio, qualquer manobra resultava em zerinho, diversão e fumaça dos pneus traseiros.
Apesar de estar bem fortão, o 509 desse Chevrolet Caprice tem muita margem para upgrades, pois já foi fechado pensando em chegar perto dos 1.000 cv. Virabrequim Callies aliviado, bielas Carrillo e pistões JE são forjados. Cabeçotes de alumínio com balanceiros roletados e tuchos Crower. O comandão é um CompCams e o coletor de admissão Weiand com corpo de borboleta Wilson de 90 mm.
Hoje ele tem acerto no etanol, mas a ideia é partir para o metanol e enfiar pelo menos 200 cv de óxido nitroso para os dias de prova, seja Arrancada ou medição de velocidade máxima em trechos de meia ou uma milha. Com relação longa, usando engrenagens Liberty, o Chevrolet Caprice tem tudo para rasgar a 300 km/h, faltando apenas uma suspensão bem acertada e pneus com índice de velocidade mais elevado. Com a configuração atual, já foi em corridas com importados como Ferrari, Porsche, turbo ou aspirados e de 58 carros ficou com a 11ª colocação. Nada mal para o chassi + carroceria com peças desenvolvidas nos anos 1970.
Os freios a disco receberam novos discos e também devem ser revistos em breve para evitar sustos em frenagens mais fortes: receberá ao menos pinças com mais pistões, linha em aeroquip e fluido DOT5 para que a diversão acabe do jeito que começou: pacificamente, na barcaça a jato.
A experiência com carros e motores alterados fez com que proprietário e preparador eliminassem algumas polias do motor e usassem bomba d’água e direção elétricos e um grande abraço para o ar-condicionado. Ou seja, detalhes como alinhamento de polias e correia ultra-mega-master foram descartadas e a chance de problemas rodando direto com o Chevrolet Caprice diminuem muito. Afinal, nada adianta sair por aí ganhando provas e fazendo barulho, mas voltar pra casa com o carro no guincho.
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