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Aprenda a aliviar o peso do seu carro para ganhar mais desempenho
O peso é inimigo do rendimento quando se trata de desempenho. Para se ter ideia dessa escalada na balança, a primeira geração do Gol, do início dos anos 1980, pesava 808 kg. Com o lançamento do esportivo GT, em 1984, equipado com bancos Recaro, rodas aro 14”, ar-condicionado e motor 1.8, o hatch chegava aos 900 kg. Na última geração, o modelo mais completo, com quatro portas, beirava uma tonelada.
Se com um motor potente dá para acelerar mais rápido, com menos peso você acelera mais, freia, contorna, salta, voa… Ou seja, todas as características de performance são elevadas. Está disposto a encarar uma “dieta do carro”? Então faça como se fosse um regime para você, com seriedade e dedicação. Há um ditado, seguido em qualquer tipo de competição automobilística (rali, circuito, arrancada e outros), que deve ser seu mantra: “De grama em grama chega-se aos quilos”.
Dependendo do nível de acabamento, é possível remover até uns 50 kg de “gordura” no peso um carro de rua. “O Maverick que piloto na Subida da Montanha é 150 kg mais leve do que o modelo original. Meu pai (Sr. Baptista, da Automotor, em São Paulo) é incansável na busca pelo alívio do carro”, conta o customizador e piloto Luís Fernando “Batistinha” Baptista.
Ainda não está convencido das vantagens? Que tal economizar combustível e reduzir o desgaste dos pneus e de componentes de suspensão, deixando-os descarregados? Legal, né? Para começar a dieta, remova toda aquela bagunça deixada no porta-luvas e porta-malas. Nada de dar carona para metade do seu armário de roupas ou para sua coleção de guarda-chuvas.
Na hora de investir em componentes de performance, faça como as fábricas que oferecem versões esportivas ultraleves: pense sempre “light”. Além de eficientes, estas peças utilizam materiais nobres, como titânio e fibra de carbono, e têm visual matador! Abafadores de escape, bancos do tipo concha e volantes de direção são apenas o começo de carreira de um “emagrecedor de bólidos”.
As chamadas peças de “massa não suspensa”, aquelas não apoiadas pelas molas do carro — como amortecedores, rodas e freios — são as que mais surtem efeito quando mais leves. Se estes componentes têm menos massa, um carro acelera e freia melhor e o trabalho de molas, amortecedores e buchas de suspensão fica facilitado e mais eficiente.
Uma teoria indica que cada quilo de massa não suspensa removido equivale a até 9 kg retirados da chamada massa suspensa, ou carroceira! Por este motivo, há ofertas e investimentos abundantes em rodas forjadas ou com ligas exóticas e estruturas de suspensões, centros dos discos e pinças de freio produzidos em alumínio.
Por falar em rodas, é preciso salientar — e deixar qualquer admirador de DUB style triste — que as mais eficientes são aquelas com o tamanho suficiente para acomodar os discos de freio, nenhuma polegada a mais. Ou seja: se um carro está equipado com discos de 284 mm de diâmetro, por exemplo, uma roda de aro 15” será a mais adequada para quem busca o máximo de rendimento.
Menos itens, menos peso
Se você acha que seu carro já está magrinho, não se esqueça dos componentes de carroceria. Capô, tampa traseira, retrovisores externos e até para-lamas podem ser substituídos por peças similares, fabricadas em fibra de vidro ou carbono.
Quando reduzir o peso de seu carro só tenha cuidado ao pensar em substituir as portas de um carro de rua sem ter uma estrutura de proteção com, pelo menos, seis pontos. em isso, em uma eventual colisão lateral você poderá se machucar seriamente!
Está gostando? Pois saiba que é possível remover alguns itens “dispensáveis”, como revestimento do teto, carpete, console, porta-mapas, placas anti-ruído, ar-condicionado, direção assistida… Dependendo do nível de acabamento do carro, perdem-se mais de 50 quilos, tornando seu ex-carro luxuoso num bólido “peso pesado”, embora leve.
E tem gente que ainda vai além: “Substituí os vidros do meu carro por placas de policarbonato e os pneus são Mickey Thompson de arrancada. Eles pesam menos da metade que um pneu de rua”, explica Eduardo “Morcego” Conci, dono de um Maverick Street Machine ultra-radical e, decididamente, o medalha de ouro entre os “vigilantes do peso” dos preparados.
Texto de Teco Caliendo publicado originalmente na edição 69 da Revista FULLPOWER.
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