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Manutenção

Coração do carro, motor deve ser limpo para se manter valente

O motor é, sem dúvidas, o coração de um carro. Por isso, nada mais justo do que dar atenção especial à sua aparência. Afinal, dá gosto levantar o capô de uma caranga e ver um motor limpinho com o mesmo capricho e atenção que se dá, por exemplo, à pintura ou às rodas. É por conta disso que cada vez mais as empresas especializadas em car care são procuradas para execução deste tipo de serviço. E foi em uma delas, a paulistana Lux Detailer, que acompanhamos o passo a passo de como todos os procedimentos são feitos.

Segundo Marcos T. Pereira e Bruno Honda, mesmo para quem não liga para estética, este tipo de limpeza é interessante, pois prolonga a vida útil de alguns componentes, diminuindo a corrosão de peças metálicas e o ressecamento das confeccionadas em borracha e plástico, graças à utilização de produtos neutros na limpeza e protetivos da fase do acabamento. Até mesmo inconvenientes como o zinabre, que comunmente se aloja nos conectores elétricos, também são extintos em uma limpeza decente de motor e seus periféricos.

Mas, fique atento: caso a empresa que se proponha a executar o serviço não tenha experiência e saiba de fato como fazê-lo sem causar danos a uma infinidade de peças frágeis — como sensores em geral, módulos eletrônicos, bicos injetores, solenóides e módulos de câmbio, entre outros —, o desejo de ver o carro bonito pode se transformar em um pesadelo e, consequentemente, um grande “prejú” ao bolso.
Antes de iniciar o serviço, como em qualquer tipo de procedimento de car care, é crucial esperar as peças esfriarem completamente. Com isso, embora a limpeza não utilize água — isso mesmo, água e químicos como “limpa baú” ou solupan, nem pensar! —, evita-se danos a componentes e também o desperdício de produtos. Por falar neles, os produtos, também chamados por APC (sigla de All Propose Cleaners, ou “limpadores para todos os fins”, em tradução livre), saber qual e como utilizar é fundamental. Isso porque, para cada material, grau e tipo de sujeira e acabamento, há sempre uma fórmula específica, e não são nada baratas.

Portanto, já com o motor frio, é hora de tirar o excesso de poeira com ar comprimido e, logo em seguida, aplicar com um pulverizador o desengraxante e os produtos específicos para cada tipo de material. Com eles, as crostas de sujeira amolecem e ficam mais fáceis de serem eliminadas pelo próximo processo, que é o da pistola de vapor. Similar aos vaporizadores de uso doméstico, esta ferramenta não só facilita o acesso a pontos de difícil acesso, como melhora a qualidade final do serviço.

Sujeiras acumuladas pelo tempo obviamente custam mais a sair. Por isso, é preciso a ajuda de um pincel para removê-las. Vale frisar que, quanto mais sujo, mais vezes estes processos precisam ser repetidos até que não haja mais nada a ser removido. Paciência e tempo — em médias cinco horas de trabalho — são requisitos mínimos para a tarefa.
Ao contrário do que se pensa, manchas de óleo queimado ou graxa envelhecida pelo tempo são mais fáceis de serem retiradas do que, por exemplo, terra e lama, que só saem esfregando.

Ainda se falando em dificuldade, quando questionados sobre qual seria o modelo de carro mais difícil de se executar este tipo de serviço, Marcos e Bruno não pestanejaram em responder que os Fiat Marea estão no topo do reino. Neles, até as rodas precisam ser retiradas para que, através de suas caixas, alguns cantos sejam alcançados. O mais fácil? Linha Volkswagen que utiliza os famosos motores AP, principalmente os saudosos Santana e Quantum. Segundo Bruno, “da até para deitar sob o capô destes carros”, tamanho o espaço disponível no cofre do motor.

GRAN FINALE 

A etapa final do processo de limpeza do motor e seus periféricos é tão importante quanto a mais “bruta”, em que é preciso retirar a sujeira propriamente dita. Isso porque nem um cantinho pode ser esquecido e também é necessário saber utilizar corretamente os produtos. Afinal, serão eles que darão o aspecto de novo ao propulsor. Como na limpeza, diferentes produtos devem ser utilizados, cada qual destinado a um tipo de material… Sim, são no mínimo três! Um para metal, um para plástico e ainda outro para borracha. Lembre-se: todos eles também tem função protetiva contra corrosão e ressecamento, daí sua importância.

Segundo os profissionais da Lux Detailer, não adianta realizar uma limpeza minuciosa e no momento da finalização, borrifar silicone em tudo. Fazer isso é um grande equívoco, já que algumas substancias presentes no silicone podem agredir certos materiais, como a borracha. Portanto, é preciso dar atenção especial a cada um dos componentes presentes no cofre do motor.

A dupla da Lux Detailer chama a atenção para o intervalo entre as limpezas de motor. Segundo eles, mesmo que no caso de carros que rodam pouco e permanecem mais limpos, devem passar por este serviço ao menos uma vez por ano a fim de manter hidratadas e lubrificadas as peças suscetíveis ao ressecamento e a ferrugem. Eles foram taxativos em dizer que este tipo de serviço em carros com componentes visivelmente danificados ou excessivamente ressecados pelo tempo, que podem se quebrar com maior facilidade, são sumariamente recusados.

Em relação aos custos, o que determinará o valor do serviço é basicamente o quanto de trabalho a limpeza demandará. Carros com o motor mais sujos ou mais difíceis de serem trabalhados — como os Fiat Marea —, obviamente, custam mais caro. Os valores médios partem de R$ 150 e podem chegar a mais de R$ 300. Razoável para deixar o coração da sua caranga pulsando com aparência de novo.

Texto e Fotos: Laner Azevedo