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Crash-test transparente: Mercedes-Benz usa Raio X em testes de colisão
A Mercedes-Benz alcançou um marco significativo na pesquisa de segurança automotiva ao realizar o primeiro crash-test com Raio X do mundo com um carro real. Em colaboração com o Fraunhofer-Institute for High-Speed Dynamics e o Ernst Mach Institute (EMI) em Freiburg, a fabricante alemã demonstrou a eficácia da tecnologia em capturar processos de deformação interna em alta velocidade durante uma colisão.
Utilizando um acelerador linear de última geração, capaz de gerar até 1.000 imagens de Raio X por segundo, os engenheiros puderam obter percepções detalhadas sobre os efeitos de um impacto lateral em um veículo em movimento. Com essa tecnologia, deformações anteriormente invisíveis e seus processos exatos tornam-se assim transparentes.
“O crash-test com Raio X estabelece um marco no desenvolvimento de ferramentas do futuro. Com uma visão direta do interior oculto, podemos tirar conclusões importantes para a melhoria contínua da segurança veicular. A Mercedes-Benz confirma assim seu papel como pioneira em segurança na engenharia automotiva”, disse Markus Schäfer, Membro do Conselho de Administração e Diretor de Tecnologia do Grupo Mercedes-Benz AG.
De acordo com Paul Dick, Diretor de Segurança Veicular da Mercedes-Benz AG, os testes de colisão acompanhados por Raio X oferecem importantes aprendizados. “O primeiro crash-test com Raio X do mundo mostra que a tecnologia do Raio X pode fornecer novas percepções reveladores. Aprendemos o que acontece dentro de um veículo e com os bonecos durante um acidente. As imagens de Raio X também oferecem a oportunidade de melhorar ainda mais a qualidade do modelo dos protótipos digitais.”
A Mercedes-Benz diz que o uso de Raio X em procedimentos de crash-test serão fundamentais para o desenvolvimento contínuo de medidas de segurança veicular, contribuindo para reduzir o risco de lesões para os ocupantes.
Crash-test
Os crash-tests têm uma história intrínseca ao desenvolvimento da segurança automotiva. A necessidade de avaliar a segurança dos veículos em colisões começou a ser reconhecida logo após a popularização dos automóveis no início do século XX. No entanto, os primeiros testes desse tipo ocorreram apenas décadas depois.
Um dos pioneiros nesse campo foi a General Motors, que na década de 1930 começou a realizar testes de colisão para avaliar a resistência estrutural de seus veículos. Porém, esses ensaios iniciais eram mais focados na integridade dos veículos do que na segurança dos ocupantes.
Na década de 1950, a Volvo se destacou como uma das primeiras fabricantes a realizar crash-tests com o objetivo de melhorar a segurança dos ocupantes de seus veículos. A fabricante sueca foi uma das primeiras a instalar cintos de segurança de três pontos em seus carros (a pioneira nesse campo foi a SAAB, também da Suécia), resultado de testes rigorosos e pesquisas sobre segurança.
Foi somente na década de 1960 que os testes de colisão modernos começaram a ser desenvolvidos. O National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) dos Estados Unidos foi estabelecido em 1970 e começou a realizar crash-tests padronizados, conhecidos como “Crash Test Ratings”. Esses ensaios se tornaram um padrão de referência para avaliar a segurança dos veículos, incentivando os fabricantes a melhorar a segurança de seus carros.
Um dos fabricantes que lideraram o desenvolvimento de tecnologias de segurança veicular e a realização de crash-tests foi a Mercedes-Benz. A empresa estabeleceu seu próprio centro de segurança veicular em 1959, onde começou a realizar testes rigorosos para avaliar a segurança de seus veículos em uma variedade de cenários de colisão.
Desde então, muitos outros fabricantes de automóveis em todo o mundo passaram a realizar testes de colisão em seus veículos como parte do processo de desenvolvimento, visando garantir a segurança dos ocupantes e atender aos rigorosos padrões de segurança estabelecidos pelos órgãos reguladores e pelas organizações de avaliação de segurança.
Os testes de colisão desempenharam um papel fundamental na melhoria contínua da segurança veicular ao longo dos anos. Eles ajudaram a identificar áreas de melhoria nos projetos dos veículos e a impulsionar a adoção de tecnologias de segurança avançadas, tornando os veículos mais seguros para todos os usuários da estrada.
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