Lexus IS F e GS 460 alargadões e preparados pela empresa americana Five Axis [TÚNEL DO TEMPO]
Por: Eduardo Bernasconi / Fotos: João Mantovani
Esta matéria foi publicada originalmente na FULLPOWER 87
Carson Lev é proprietário do Chevrolet 1959 que estampou a capa da FULLPOWER edição 67 em 2007. Para ter seus amados Chevy na garagem — ele tem mais de 10 modelos da marca da gravata —, Carson administra a vida de figurões do mercado de carros modificados nos States, seja para programas de televisão, para licenciamentos de marca… Ele é o cara que colocou a FULLPOWER dentro da Five Axis, empresa americana instalada no coração automotivo de Huntington Beach, na Califórnia.



Um dos destaques da Lexus durante o Sema Show de 2008 foi, sem dúvida, o IS F preto fosco, no melhor estilo Stealth, os aviões da Força Aérea americana que não são detectados pelos radares. Apesar de ter sido mostrado pela primeira vez no mesmo evento, em 2007, o esportivo mereceu voltar à cena.
As principais mudanças, para o final do ano passado, foram feitas no motor V8, aumentado de 5.0 para 5,8 litros. Os componentes internos originais que deixaram o cofre para a entrada de outros de alta performance foram os pistões (agora JE) e as bielas (as novas são Dyers). As válvulas de admissão, de titânio, e as de escape, em aço, também visam durabilidade e redução de peso. O virabrequim nitratado e a taxa de compressão elevada para 12,8:1 (lembre-se que é a gasolina!) completam as alterações no veoitão.
Não é para menos: um câmbio automático de OITO velocidades espera ter suas marchas todas engolidas em retas curtas ou longas, em uma das quase 3.000 pistas disponíveis na gringa. As trocas ficam a cargo de quem se arrisca ao volante — automáticas ou manuais, com overdrive. Para sentar nos bancos incrivelmente envolventes, com alcantara, couro e detalhes dourados trançados com fibras metálicas, o cabra tem que ser macho, afinal são cerca de 500 cv empurrados pela tração traseira deste Lexus malvado. Deve dar para fazer um drift lascado com o brinquedo. Apesar da moral nota 1.000 em entrar na Five Axis, tivemos que nos contentar com as redondezas da empresa para sentir a máquina.

Totalmente liso e quase aveludado, este sedã pequeno (4,66 m de comprimento) ficou incrível. Alargada em 6”, a carroceria exige cuidados, tanto nos para-lamas como nas laterais, traseira e spoilers. Que tal o escape de ronco imponente com saídas funcionais nas extremidades do para-choque traseiro?!
As maçanetas, no melhor estilo inglês dos Aston Martin, é só de “H”: parece que bastaria um click para elas saltarem e, aí sim, serem puxadas, mas… Tudo mentira! As portas se abrem por controle remoto. Os retrovisores externos também dão um tapa na cara de quem gosta de carros modificados. Parecem componentes de motos, sem espelhos, mas com câmeras embutidas. Para checar se alguém o persegue, basta olhar para as telas internas, que reproduzem as imagens dos retrovisores. Esses detalhes, apesar de pequenos, justificam os grandes investimentos.
Esses detalhes coloridos realçam as linhas do para-choque dianteiro, um dos componentes feitos com ajuda da “máquina do mal”, que corta peças em poliuretano, isopor, barro, papel, etc., em qualquer formato. As pinças de seis e quatro pistões (frente e traseira, respectivamente) no tom alaranjado também ficam acesas em meio aos palitos das rodas aro 20”, com 8,5” de largura na dianteira e 10,5” na traseira. Os pneus Yokohama para este carro foram esculpidos à mão, a pedido da Five Axis.
Para que essas rodas saradas entrassem no sedã de patrão, as laterais e os para-lamas foram alargados, ficando os chamados widebody. A ligação entre a frente e a parte de trás foi suavizada com uma saia lateral sutil, que também tem a função de aumentar a carroceria do carro, parecendo ser mais baixo ainda. Invocado!

O projeto é um pouco mais barato que o do IS F, pois o V8 4.6 ficou intocado. A ajuda de performance veio apenas na hora de mandar todo mundo embora. O escape é um 8×2 feito na Five Axis, que ronca imponente. Passar as marchas nas borboletas atrás do volante ou na alavanca, aproveitando os 46,8 kgfm de força, chega a ser radical.
O câmbio que a Lexus inventou, com um conversor de torque que trabalha bloqueado em todas marchas, menos na primeira e ré (diferente dos convencionais, que permite uma “patinada” a cada mudança), permite trocas cabeçudas. Ou cabeçadas a cada troca: é tão forte que a barca vai aos 100 km/h em pouco mais de 5 s. Mas com tanto estilo e compromissos para cumprir, poucas vezes esse GS vai ter seu motor no corte de ignição. Mais provável vermos em salões e exposições. E será sempre um prazer encontrá-lo!
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