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Mitsubishi Eclipse Cross: teste do futuro SUV nacional
Ele foi lançado no fim de setembro no Brasil, chegou recentemente às concessionárias da Mitsubishi, mas guardou uma novidade para o Salão do Automóvel de São Paulo. De acordo com o diretor de operações da marca, Roberto Rittscher, o SUV vai ser produzido no país no início do segundo semestre de 2019.
Com preços entre R$ 149.990 e R$ 155.990, o Eclipse Cross estreia com visual chamativo, motorização inédita e recheada lista de equipamentos de comodidade e segurança para rivalizar adversários de gabarito, como Jeep Compass, Volkswagen Tiguan e Chevrolet Equinox.
Posicionado entre o ASX e o Outlander, o modelo importado do Japão é o primeiro Mitsubishi a adotar motor 1.5 turbo. O propulsor de alumínio, com injeção direta e indireta de gasolina, entrega 165 cv e 25,5 kgfm de torque, sendo gerenciado por uma transmissão CVT de oito marchas virtuais. A tração é 4×2 na versão de entrada e integral na de topo – este, aliás, é o único diferencial entre as configurações disponíveis no país.
Na prática, esses dados e números fazem o Eclipse Cross ser um SUV de desempenho satisfatório, ágil em acelerações e retomadas de velocidade. De acordo com o fabricante, ele vai de zero a 100 km/h em 11 segundos, um bom índice para um veículo que pesa mais de uma tonelada e meia. As simulações de marcha são bem feitas e mais rápidas e suaves que as de outros CVT, como o do Honda CR-V, por exemplo. As trocas podem ser realizadas pelas aletas fixas na coluna de direção, um detalhe de carro esportivo que faz alusão ao nome Eclipse, mas pouco prático em curvas.
As médias de consumo não são excepcionais, mas estão próximas da concorrência. Conforme o Inmetro, o Mitsubishi faz 8,4 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada. Como comparação, o Hyundai New Tucson, equipado com motor 1.6 turbo a gasolina de 177 cv, registra 10,5 km/l em ciclo urbano e 12,2 km/l no rodoviário.
O que mais impressiona no Eclipse Cross é o prazer ao volante. É um SUV que veste bem o motorista, entrega uma posição dirigir elevada, mas que pode ficar mais baixa para quem aprecia esportividade. A tração integral S-AWD contribui bastante para o agradável comportamento do modelo, pois trabalha a todo momento e distribui o torque entre os eixos conforme a demanda – atua 50:50 na maior parte do tempo, mas pode chegar a 0:100 em uma situação de ultrapassagem. Há também um seletor no console para escolha entre três modos de atuação: automático, terra e pisos escorregadios.
As suspensões independentes garantem ao Eclipse Cross boa estabilidade em curvas e mínima inclinação da carroceria, sem abrir mão do conforto ao passar por buracos – as rodas de liga leve diamantadas são de 18 polegadas. A direção de assistência elétrica merece elogios por ser leve para manobras e firme e direta em altas velocidades.
No quesito segurança, além dos recursos básicos para este segmento (falamos de controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sete airbags, faróis de led, câmera de ré e sensores de estacionamento), destaque para itens como o controlador de velocidade adaptativo, alerta de saída de faixa, frenagem autônoma de emergência, sensor de tráfego cruzado e um sistema que previne aceleração involuntária contra obstáculos móveis e até uma parede, por exemplo. Os freios traseiros, contudo, desapontam por serem sólidos e não ventilados, como os da dianteira.
Entre os equipamentos de comodidade, o Eclipse Cross satisfaz por trazer teto solar duplo panorâmico, ar-condicionado digital de duas zonas, bancos de couro com ajustes elétricos e aquecimento nos dianteiros, head-up display colorido, botão de partida do motor e central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas e possibilidade de espelhamento de smartphones. Faz falta saída de ventilação para o espaço traseiro.
Falando em espaço, o Mitsubishi, com 2,67 metros de distância entre-eixos, não chegou para ser referência nesse aspecto. Três adultos viajam apertados atrás, embora o banco deslizante ajude a aumentar a área livre para as pernas. O porta-malas comporta até 473 litros, volume modesto.
O nível de acabamento da cabine é agradável, com direito a materiais agradáveis ao toque no painel. Pena o fabricante não ter feito o mesmo nas portas traseiras, que só trazem plástico rígido. Deslize comum cometido por outros modelos de marca japonesa, a ausência de função um toque para os vidros elétricos de todas as janelas também poderia ter sido corrigida.
Quanto ao visual do novo Mitsubishi, pode-se dizer que a traseira um tanto esquisita nas imagens é mais agradável ao vivo. Já o vidro traseiro dividido em duas partes amplia o campo de visão do motorista – ao contrário do que ocorre no Toyota Prius – e dá mais um toque de esportividade para tentar fazer jus ao nome Eclipse. Discussão do batismo à parte, o que importa de fato são as boas credenciais do SUV.
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