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Opala SS: clássico restaurado impressiona com visual impecável e motor de 400 cv
Um Chevrolet Opala SS com mais de 50 anos de idade, mas que parece ter saído recentemente da fábrica. Todo mundo olha e admira o raro sedã do comerciante paranaense Diego Greboge, que montou restaurou e montou o carro peça por peça. “Foi a realização do meu sonho”, contou o proprietário deste clássico que a FULLPOWER pode conferir de perto – e acelerar!
Diego iniciou o projeto comprando apenas as peças, para depois procurar a carroceria que seria restaurada. “Resolvi que um dia teria um Opala SS aspirado com tudo o que há de melhor na parte mecânica. Conversando com um grande amigo, o Delmar “Edy” Junior, da Racepower (loja especializada de Curitiba), conheci a nata dos equipamentos gringos disponíveis para os motores seis cilindros em linha Chevrolet. A partir daí, decidi que realizaria meu sonho, sem me importar com o tempo que isso poderia consumir”, relembra Diego.
Disposto a entrar de cabeça nessa empreitada, Diego começou a adquirir aos poucos tudo que o amigo Edy lhe mostrava. “Fiquei exatamente três anos comprando e armazenando as peças em casa até lotar um quarto com vários equipamentos, como bobina, cabos, manômetros… Os carburadores eu comprei um de cada vez até juntar a tripla! O Edy teve que me aguentar todos esses anos, com visitas quase diárias à loja! Em janeiro de 2009, finalmente comprei o último parafuso da mecânica”, conta.
Opala SS foi montado de dentro para fora
Com todas as peças reunidas, só faltava um detalhe: o carro! Imagine a situação: o camarada tinha um quarto com R$ 60 mil em peças para montar um Opala SS aspirado e nem tinha ideia de onde e quando iria encontrá-lo! Após alguns meses de muita procura por um Opala SS em bom estado para reformar, surge o iluminado, um modelo 1972 que tinha sido abandonado logo depois de receber a pintura. “Por sorte, um amigo estava com esse carro parado por falta de peças. A pintura era nova, ainda sem polimento, perfeita, zerada! Mas era apenas uma carcaça. Faltavam muitos detalhes de acabamento e interior, algo que pediu uma verdadeira peregrinação em busca das peças originais e zeradas.”
O carro foi montado aos poucos e ficou pronto por completo no final de outubro de 2009. Durante esse período, o bicho pegou para achar todas as peças que faltavam. “Vieram componentes de todos os cantos do Brasil! São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e muita coisa consegui aqui em Curitiba, como emblema, painel, bancos, tapetes, vidros, console…”, relembra Diego.
Para montar este acervo de peças, Diego recorreu a duas empresas especializadas curitibanas. A mecânica ficou sob a responsabilidade da preparadora Benato Racing, conhecida por quebrar diversos recordes nos campeonatos de arrancada pelo Brasil com seus “Opalões” aspirados. Já os detalhes de acabamento e suspensão ficaram a cargo da Rotek. Para se ter uma ideia do nível de preocupação na montagem de cada detalhe, antes de revestir os bancos, todos os arames foram pintados com tinta epóxi para protegê-los da umidade, evitando que enferrujem e passem a oxidação para as espumas dos assentos.
Muscle car brasileiro
O resultado de tanto cuidado é evidente. Para onde quer que você olhe, está tudo no seu devido lugar! Frisos alinhados, portas fechando macio como uma geladeira e o mais importante: ao dar a partida no seis bocas forjadão, ouve-se uma sinfonia vinda do escape dimensionado 6×2. A marcha lenta é lisa, mesmo com um comando nervoso, roletado e com mais de 300º de duração. Ao triscar o pé no acelerador, o giro sobe rápido e encorpado, se mostrando um autêntico muscle car brasileiro.
Rodando com o Opala SS restaurado no autódromo de Curitiba durante a sessão de fotos, deu para sentir que os 400 cv estimados pelo preparador estão bem ali, à sua disposição desde as baixas rotações. E há uma explicação para todos esses músculos. Os pistões com 4” de diâmetro, aliados ao virabrequim forjado com curso elevado para 95 mm, proporcionam ao seis cilindros a sensação de torque e potência semelhantes aos de um motor V8.
Para suportar o tranco deste robusto seis bocas, a transmissão precisou ser revista e ganhou o valente câmbio dos Dodge com diferencial de Maverick. Pedimos para Diego fazer um aquecimento dos pneus e mostrar do que este SS é capaz, mas faltou coragem para derreter os borrachudos da marca Yokohama A048, montados em belas rodas Weld Racing modelo Pro Star aro 15”.
Depois de uma “pequena” insistência por parte da nossa equipe, que deixava escapar frases como “não acredito que não vai borrachar o Opalão!” ou “a gente molha o chão para não judiar muito”, finalmente Diego topou a parada. E lá fomos nós queimar pneus do Opala SS…
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