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Peugeot RCZ – Impressões ao dirigir
Peugeot RCZ chega ao mercado brasileiro esbanjando estilo e boa dirigibilidade por R$ 129.900. Seu motor é 1.6 16V Turbo
“Essa traseira lembra um pouco a do Audi TT”, diz um. “Olhando de lado, lembra um pouco o 350Z”, diz outro. “Esses arcos de alumínio são sensacionais. E olha o formato do teto, que louco!”, afirma o terceiro. Na roda de amigos em que eu me encontrava, o desenho diferenciado do Peugeot RCZ era só elogios. Se a intenção da marca era criar um veículo com design estonteante, ao menos nesse grupo de pessoas, o resultado foi positivo. Mas, aí veio a inevitável pergunta: “Ele acelera muito, não é?”. Era chegada a hora de explicar que nem tudo é perfeito…
Equipado com motor 1.6 16V THP (“turbo de alta pressão”) e câmbio automático de seis marchas (mesmo conjunto utilizado no SUV 3008, porém, com novo ajuste para gerar mais rendimento), o RCZ agradará quem está acostumado a dirigir veículos populares, mas não empolga quem já guiou máquinas um pouco mais fortes. Seu propulsor gera 165 cv e 24,5 kgfm de torque, suficientes para lançá-lo aos 100 km/h em 8s4 e atingir 213 km/h de máxima, segundo a fábrica.
Na prática, ao “solar o pé” no acelerador, o cupê acelera com eficiência e o torque é bem distribuído em uma ampla faixa de rotação. As trocas de marcha são realizadas em tempo satisfatório, mas sem qualquer apelo à esportividade e ninguém sai do RCZ falando de “corpo colado no banco” ou “ronco alucinante” — ele sequer tem borboletas para trocas de marchas no volante. É discreto e comportado, apesar do visual.
Um pouco menos empolgados, os amigos vasculhavam detalhes do modelo e perguntaram sobre a dirigibilidade e a estabilidade, um dos pontos positivos do RCZ. Conto que o conjunto de suspensão e pneus sofre nas ruas esburacadas e irregulares de São Paulo. O carro é muito firme e, por isso, vai bem na hora de contornar curvas “a milhão”, mesmo com o controle de estabilidade desligado. Apesar de ter tração dianteira, anda plantado no chão e passa boa dose de confiança para o motorista. Os freios também agradam.
No interior do modelo francês, o espaço é amplo para dois ocupantes, embora os assentos traseiros sejam praticamente inutilizáveis.
O acabamento interno é primoroso e o destaque vai para o painel de instrumentos, além do relógio analógico no painel central, ambos com grafia moderna. Sistema de som, alavanca do câmbio e até mesmo o computador de bordo, entretanto, podem ser encontrados em outros modelos menos finos da marca, o que tira parte de seu prestígio.
Quatro airbags, aerofólio com acionamento manual, assentos esportivos, ar-condicionado, direção hidráulica, freios ABS, ESP, sensor de estacionamento, rodas de aro 18” com pneus 235/45, hill assist, sistema de som… Essa lista de equipamentos de série do RCZ trouxe logo outra pergunta importante: “e o preço?” O Peugeot custa R$ 129.900, quantia que pode ser analisada por duas vias. A primeira: trata-se de um valor muito alto por uma marca sem tradição esportiva no Brasil. Segunda: é uma barganha frente aos R$ 218.050 cobrados pelo BMW Z4 sDrive23i, que utiliza um 2.5 6 cilindros aspirado de 204 cv e 25,5 kgfm de torque, e também aos R$ 215.000 necessários para colocar na garagem um Audi TT, cujo motor 2.0 turbo gera 211 cv e 28,5 kgfm de torque.
O RCZ tem uma proposta interessante, mas certamente merece um upgrade para ficar com o desempenho a par de seu visual. É provável que um pouco mais de pressão de turbo (ou um caracol maior), aliado à nova calibração de injeção, novo intercooler e escapamento, por exemplo, possam elevar essa potência, o que o tornaria muito mais interessante. Com o motor rendendo algo em torno de 200 cv e 30 kgfm de torque, certamente o modelo francês ficaria (quase) tão emocionante quanto seu visual!
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