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Que veículo é esse? Grilo Mobilidade agiliza entrega de mercadorias
Quem circula pela região da Avenida Paulista em São Paulo tem a chance de ver um veículo bem diferente: é o triciclo elétrico da Grilo Mobilidade, uma startup de transporte de mercadorias por aplicativo que está simplificando a vida de muitos comerciantes no entorno daquela área com uma proposta de baixo custo e focada em sustentabilidade.
“É a primeira startup de impacto global especializada em trajetos de curta distância”, contou Carlos Novaes, co-fundador e sócio diretor executivo da Grilo Mobilidade, em entrevista à FULLPOWER no hub da empresa na zona central de São Paulo.
A Grilo é gaúcha. “Lançamos o serviço no dia 11 de julho de 2020, no ápice da pandemia, em Porto Alegre”, contou Novaes. Em São Paulo, a empresa estreou em 2023. “Saímos de uma cidade com 1,5 milhão de habitantes para atuar numa área de 5 km² em São Paulo que tem essa mesma população”, explicou o empresário, que possui ampla experiência em empreendimentos relacionados à sustentabilidade.
A empresa chama a corrida do triciclo elétrico de “pulo”, daí o nome Grilo, uma referência ao inseto saltitante. “Atuamos apenas em distâncias curtas, o ‘last mile’. É aquela viagem que o motorista de aplicativo ou taxista não queria fazer. Era um problema geral. Então, olhamos para todo o resto, todas as outras ineficiências: a descarbonização, poluição sonora, relação do condutor com passageiros e até como trazer veículos sustentáveis com um custo de aquisição mais baixo”, disse o diretor da startup.
No início das atividades em São Paulo, a Grilo Mobilidade transportava passageiros. No entanto, esse serviço teve uma duração muito breve. “Uma semana após a nossa estreia, a prefeitura de São Paulo suspendeu nossa OTTC (Operadora de Tecnologia de Transporte Credenciada). Nessa época, discutia-se que motocicletas não poderiam realizar transporte de passageiros por aplicativo. Embora nosso veículo seja um triciclo elétrico de cabine fechada e bancos com cinto de segurança, a CNH necessária para dirigi-lo é da categoria A, de moto”, lamentou Novaes, que judicializou o caso. “Todos os meses enviamos uma carta para a Prefeitura tentando reverter isso, mas ainda não obtivemos uma resposta.”
Grilo Mobilidade mudou o foco da operação
Desautorizada a realizar o transporte de passageiros por aplicativo em São Paulo, a Grilo teve que mudar o foco de suas operações e passou a trabalhar com o transporte de mercadorias. “Em Porto Alegre, é possível (transportar passageiros via pedido por aplicativo), mas optamos por mudar o modelo de negócio por uma questão de comunicação enquanto não recuperamos a nossa OTTC em São Paulo”, contou o empresário gaúcho.
E o negócio funciona assim: o cliente solicita pelo aplicativo da Grilo Mobilidade (disponível para smartphones Android e Apple) o transporte de algum objeto e o motorista vai até o local indicado para buscá-lo e levá-lo até o destino escolhido dentro do perímetro de atuação da empresa, seja em São Paulo ou em Porto Alegre.
“Tem funcionado muito bem para ajudar comerciantes a entregar mercadorias nessas regiões. Mas qualquer pessoa pode chamar o Grilo para transportar um objeto do ponto A ao B. Além disso, é mais barato”, explicou Novaes, apontando que a corrida feita por sua empresa é de 15 a 20% mais barata do que os serviços oferecidos por qualquer outro aplicativo de entrega. “Para esse tipo de atuação, o veículo elétrico é imbatível, com um custo operacional muito mais baixo.”
Apesar da suspensão da OTTC em São Paulo, a Grilo Mobilidade ainda pode transportar passageiros mediante o contrato com empresas. “O que não podemos fazer é o transporte individual de passageiros por aplicativo. Mas isso não impede de sermos contratados por empresas para transportarmos passageiros”, explicou Novaes.
A Grilo tem, por exemplo, triciclos dedicados ao transporte de funcionários da Vulcabras, startup de marketing esportivo instalada no Cubo Itaú, em São Paulo. Nesse função, os veículos transportam pessoas da sede da empresa, na Avenida Faria Lima, até a Estação Pinheiros.
A startup também oferece serviços exclusivos de entrega de mercadorias para empresas que a contratam, como lojas, supermercados e drogarias. “Alguns desses nossos clientes têm seus próprios condutores e o triciclo ‘dorme’ no local”, revelou o diretor da Grilo Mobilidade.
Não é tuk-tuk!
Questionado sobre a origem dos triciclos, Carlos Novaes afirma apenas que eles “vêm da Ásia”. Ele também enfatiza que o veículo utilizado pela Grilo Mobilidade, embora seja conduzido por um guidon, não é um tuk-tuk, como aqueles que circulam pela Índia.
“Não é um tuk-tuk. O triciclo da Grilo é totalmente diferente. Ele possui cabine fechada, cinto de segurança de três pontos, vidro elétrico. E por ser elétrico, não emite o característico ‘tuk-tuk’, o ruído do motor”, explica o diretor da startup.
Segundo Novaes, o motor elétrico do triciclo gera cerca de 8 cv de potência, e a bateria tem capacidade em torno de 7 kWh, o que resulta em um alcance médio de 50 km. Durante o dia, os veículos são recarregados nos wallboxes nos hubs da Grilo em poucos minutos e, quando necessário, durante a noite, em tomadas de 220V.
“Nosso triciclo tem velocidade limitada em 50 km/h, o que torna a operação muito segura. Já rodamos quase 1 milhão de quilômetros e nunca machucamos uma pessoa, aqui em São Paulo ou Porto Alegre”, conta o co-fundador da Grilo Mobilidade, que tem 21 triciclos elétricos rodando em São Paulo e outros 15 em Porto Alegre, todos eles atraindo olhares e despertando muita curiosidade por onde passam.
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