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Vídeo: Mercedes A45 AMG apavora em Interlagos
DERRUBANDO O CRONÔMETRO – Quatro cilindros, turbo e eletrônica eficiente deram ao mercedes-benz a45 amg um resultado incrível em nosso lap
O pequeno Mercedes-Benz A45 AMG é o mais barato dos esportivos especiais que a fabricante alemã disponibiliza no Brasil: custa R$ 259.900. Claro, é um valor altíssimo, quase proibitivo para nosso mercado. Mas, é a porta de entrada do mundo maravilhoso da alta performance e da qualidade (tem muita fibra de carbono no acabamento interno, por exemplo). Quatro cilindros, 2.0 Turbo, tração integral, muita eletrônica e capacidade para virar um temporal na pista, da mesma maneira que te leva à banca de pastel preferida com a família toda.
Com o pé leve, conforto e silêncio de montão. De pé cravado, vira um hatch insandecido, monstrão! Tipo do carro para mostrar as armas no FULLPOWER LAP, em Interlagos.
Fábio Beretta Jr., piloto oficial do Centro Pilotagem Roberto Manzini, havia trabalhado no AMG Performance Tour, evento oficial da marca, na Fazenda Capuava, e deu a letra: “Este carro seria legal para medirem nas três voltas rápidas em Interlagos”. Os executivos da MB do Brasil, presentes no evento, gostaram da ideia e nos disponibilizaram a nave. Em poucos dias, avaliamos seu comportamento nas ruas e na pista de Interlagos.
Curto e grosso
Na Capuava, pista estreita e de retas curtas, era moleza para o hatch de 4,35 metros e 1.406 kg. Seu sistema de transmissão integral e inteligente passa no máximo 50% de tração para as rodas traseiras quando necessário. Já no circuito oficial da F1 no Brasil, demonstrou destreza ao contornar curvas com muita disposição na saída de cada uma delas, aproveitando o máximo dos 45,8 kgfm do torque disponíveis de 2.250 a 5.500 rpm. E mais: como o sistema tem vários sensores e eletrônica rápida, ao perceber que está numa reta, dispensa a tração traseira, para ficar mais livre e ganhar velocidade com vontade: beirou os 230 km/h, em quinta marcha, no final das retas dos Boxes e Oposta. Os 4×4 menos capacitados exigem mais nas retas. Afinal, são dois diferenciais girando, mais componentes mecânicos… Enfim, excesso de trabalho para o conjunto!
Considerando a rivalidade com Audi RS3 e BMW M 135i, por exemplo, o Mercedes poderia ter uma vantagem, pelo menos diante do RS3, pois trata-se de um 4×4 legítimo. O BMW é apenas tração traseira e nas retas também tem menos componentes para empurrar.
A liderança do ranking do LAP é da Audi, com o R8 V8 de câmbio manual, seguido justamente do RS3. Ambos foram os primeiros a virar abaixo dos dois minutos. Nossa aposta para o A45 era de também virar abaixo dos dois. Para garantir a performance, Beretta saiu dos boxes com a eletrônica no modo Sport, a opção mais radical disponível ao toque de um botão ao lado da minúscula alavanca de câmbio. Mesmo assim, há limites e imposições determinadas pelo sistema e o piloto não pode contrariar: “Em algumas frenagens, eu comandava a redução nas borboletas (de alumínio, atrás do volante revestido em alcântara), mas elas não entravam”, conta Beretta. É proposital: a Mercedes acertou o conjunto para que as reduções aconteçam abaixo de 4.000 rpm e atenuar as chances de quebra. Sem reduções violentas — Beretta usou de terceira à quinta —, o freio a disco nas quatro rodas, com pinças de quatro pistões na frente e dois na traseira, sofreu mais do que o esperado.
“As duas primeiras voltas foram eficientes e deu para aproveitar muito bem toda a força do 2.0 Turbo (com pico de 1,8 kg de pressão). Mas, na terceira, o pedal do freio cedeu levemente”, confessa o piloto. Mesmo assim, veio um temporal: 1min57seg876. Ou seja, enfiou quase dois segundos no Audi, com interferência eletrônica e tudo. No RS3, também havia interferência e por mais que o piloto quisesse acelerar cedo para sair forte de curvas, a eletrônica não permitia. Ou seja, ambos foram prejudicados por isso, mas o MB levou vantagem no cronômetro. Falta algora levar o BMW M 135i para ver se a tração traseira vai falar mais alto que os 4×4…
Texto: Eduardo Bernasconi
Fotos: João Mantovani
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