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Técnica rodas: personalização, consertos e rodas sob medida

Seu carro, sua roda, sua cara: personalizar rodas está cada vez mais comum e, hoje, além de pequenos consertos, algumas empresas podem fazer uma roda sob medida para seu carro ou deixar suas redondas originais com um toque pessoal.

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A oferta de novos veículos se multiplica a cada ano, assim como as opções em rodas, especialmente as de liga leve, esportivas ou réplicas de originais. Ou seja, já não é tão fácil se destacar apenas instalando um jogo de rodas diferenciado. Agora, a personalização das peças está cada vez mais prática e acessível, até para os proprietários de carros antigos, com rodas de ferro — há muito o que escolher, como aumentar tala, diâmetro e adicionar borda, por exemplo. Alloy Wheel Repair Specialists (AWRS) e Alumini, de São Paulo, mostram os segredos de suas especialidades.

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Filial brasileira de uma franquia norte-americana, a AWRS foca em personalização de rodas originais. Marcelo Ciasca, um dos responsáveis pela empresa, revela que, além dos consumidores finais, a empresa também atende uma alta demanda de concessionários. “As revendas autorizadas estão investindo em séries especiais e é comum recebermos solicitações para mesclar acabamentos em rodas de veículos novos. A busca hoje é por elegância e um toque a mais de esportividade. Por isso, não trabalhamos com cores muito chamativas”, conta Ciasca. Durante a visita, conferimos desde modelos BBS originais de Mini Cooper, com pintura preto brilhante e detalhe de lip (borda) em vermelho, a jogos de Mercedes-Benz AMG preto fosco com borda diamantada. “Em nosso catálogo, oferecemos acabamentos fosco, brilhante, diamantado e opções de cores branca, preta, grafite, prata e hiper-prata. São cores simples que combinam com qualquer cor de carroceria”, diz Marcelo.

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Consertos de leve! Outro mercado crescente é o de consumidores que desejam arrumar uma roda ralada e aproveitam para pintar e modificar o jogo. Como as montadoras oferecem veículos cada vez mais bem equipados, uma ralada básica ou até mesmo um amassado que não comprometa a estrutura do componente pode ser recuperado. “Antes de começar qualquer serviço, verificamos o estado geral de cada roda para ter certeza de que não existem fissuras ou trincas que possam comprometer a estrutura e a segurança do componente e, consequentemente, da condução do carro”, revela o empresário. Ao serem aprovadas, deve-se lixar com vontade e utilizar diferentes materiais para remoção total de tinta e primer originais, além de eliminar impurezas para preparação e pintura. Um dos diferencias da AWRS é que eles conseguem fazer muitos serviços sem a desmontagem do pneu, garantindo um prazo de entrega mais curto e praticamente anulando riscos de danificar as rodas após a pintura recente. “Com exceção dos casos de diamantação, onde as rodas são levadas ao torno e necessitam da remoção dos pneus, executamos todos os trabalhos de pintura e até mesmo envernizamento (acabamento final) sem separá-los”, revela Ciasca.

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Diamantação diferenciada. Após ter recebido a pintura, a roda é levada até o torno CNC. A máquina computadorizada faz uma leitura do perfil da roda, armazena todos os dados de medidas da redonda e até a marca da diamantação original, extremamente importante para que possa reproduzir posteriormente a mesma “cara” nos demais componentes.

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Nunca antes vistas. Para quem busca mudanças mais radicais, a Alumini Rodas, comandada por Osmar da Costa Venâncio, oferece trabalhos mais profundos. Na oficina, além de personalizar a pintura, é possível adicionar borda, aumentar a tala e até mesmo o aro, tanto em rodas de alumínio quanto de ferro. Abaixo, uma redonda original de Fiat 147, aro 13”, em processo para se tornar aro 15”. Para realizar o trabalho, o primeiro passo é conseguir uma “doadora de corpo” que possua a medida desejada. Feito isso, a face da roda que será aumentada é recortada e depois adaptada para se encaixar perfeitamente. Segundo Osmar, componentes de ferro possibilitam uma infinidade de transformações, pois são mais simples de se retrabalhar. “A única limitação fica por conta do diâmetro, já que, no Brasil, não são fabricadas rodas de ferro maiores do que 17 polegadas”, revela o especialista.

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Outro serviço oferecido pela oficina é o alargamento/estreitamento de tala. Osmar revela que este é outro trabalho possível de ser realizado em componentes de liga ou ferro. O processo é cortar exatamente no meio do tambor da roda — a fim de criar duas partes distintas —, adicionar uma cinta central como se fosse o recheio de ambas as partes, na medida desejada, e unir as três peças através de soldas tipo MIG/TIG. “No caso das rodas de alumínio, deve-se levar em conta o “pescoço” da roda — parte onde o pneu se encaixa para ser instalado. Caso a montagem do pneu seja feita pela parte frontal da roda, a tala só pode ser aumentada pelo tambor (meio). Já em casos onde a “lombada” de montagem fica na parte traseira, é possível alargar tanto pelo tambor quanto pela parte frontal (adicionar borda)”, conta Osmar. Outro bom exemplo de modificação de tala fica por conta destas rodas de alumínio mais finas. “Este foi um pedido especial do proprietário de um BMW. Apesar de o carro ser equipado com pneus runflat, ele quis garantir um pneu de estepe. Como não há um espaço reservado para o pneu no porta-malas, estreitamos a tala da roda para que ela ocupasse a menor área possível”, conta Osmar.

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Você já gostou de alguma roda e, ao pensar em colocar no carro, ouviu a celebre frase: essa furação não serve ou o off-set é diferente? Pois bem. É possível operar tais milagres (há exceções). “Os cubos das rodas variam bastante e os mais grossos toleram mais trabalhos de usinagem (ideais para retrabalho de off-set). Já para a refuração, devem ser levados em conta o diâmetro da calota central e, principalmente, os alívios na parte traseira do cubo. Caso sejam muito grandes, dificultam um pouco a refuração. Temos que ficar atentos em relação a estes pontos para não comprometer a estrutura dos componentes e enfraquecer a roda”, alerta Osmar. Caso o jogo de rodas já esteja furado e a alteração de furação seja muito drástica, é necessário preencher os furos até que o cubo fique “virgem”. Feito isso, a peça passa por nova usinagem, onde ganhará a furação desejada. “Para garantir que as furações das rodas batam exatamente com as das panelas, utilizamos uma tabela de conversão de valores. Nela, já temos todas as medidas de distância entre os centros de cada parafuso especificadas”, assegura Osmar. “Exemplificando: no caso de uma furação 5×120,6, deve-se centralizar a roda e fazer o furo do primeiro parafuso a uma distância de 60,3 do centro da roda — o valor de 60,3 equivale ao raio (metade) do diâmetro total de 120,6. Feito isso, a roda segue para uma máquina especial, totalmente graduada, para fazer a distribuição dos demais furos. Em uma furação 5×120,6, a distância padrão entre os centros dos parafusos é de 70,8. Ajustamos a máquina neste valor e concluímos o trabalho”, conta o responsável pela Alumini.

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Que tipos de danos têm solução? Ralados superficiais podem ser retiradosatravés de aplicação de massas especiais para alumínio ou passagem no torno. Para trincas, as horizontais (que não se estendem até o tambor da roda) podem ser recuperadas. Para isso, é feito um furo ao final da trinca, depois passada uma broca que rasga do final da avaria até a borda da roda e, então, feito um processo de solda de novo material com a utilização de MIG. Em relação aos amassados, o pessoal da Alloy utiliza uma espécie de torno, que possui um instrumento medidor de amassamento (em polegadas) e padrões internacionais da empresa. “Caso os amassados fiquem dentro de um limite de 3 polegadas em relação à borda da roda, conseguimos recuperar e garantir que o componente seja alinhado e balanceado perfeitamente“, conta Marcelo Ciasca, da AWRS.

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A AutoShine, especializada em produtos de limpeza automotiva, lançou durante o X-Treme Motorsports o Dip Shine, produto focado em pintura de rodas e de aplicação fácil. Basta limpar as rodas, proteger parafusos e discos de freio e meter a tinta-spray. Duas latas do produto, que tem preço sugerido de R$ 55 (cada), são suficientes para cobrir um jogo de rodas. Assim como o Power Revest, da Imprimax, trata-se de uma tinta emborrachada simples de ser removida. Há mais de 10 opções de cores.

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Texto: Lucas Ken Ohori

Fotos: Luciano Falconi