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Customização

Corvette C3 1980 é restaurado e recebe V8 8.2 de 500 cv

Homenagem suprema – Deus nos quadrinhos, Thor virou nome deste Corvette C3, 1980. Merecido: tem sob o capô gigante um V8 8.2 com mais de 500 cv e 100 kgfm.

Corvette_thor_3x4 frente

Este Chevrolet Corvette 1980 chegou ao Brasil praticamente zerado, logo depois de sair da linha de montagem nos Estados Unidos. Seu proprietário, à época, era Camillo Christópharo, superpiloto da carretera #18, também conhecido como “Lobo do Canindé”. Nos primeiros dias deste Chevy de código L82 (havia alguns Vette L48 e o que muda é apenas comando de válvulas, carburador e taxa de compressão), ele reluzia a carroceria em fibra de vidro totalmente vermelha. Antes de cair nas mãos do Galpão Z28 & Cia para restauração e customização completa, ela estava negra, bem detonada. Portanto, depois do Lobo, alguém deu uma bagunçada no muscle, que implorava por um renascimento. “O dono do carro, Miguel ‘Diesel’ Aguilera, ama antigos e motores torcudos. Ele é um dos comandantes do Balaios, um clube de motociclistas que anda só de Harley-Davidson”, conta Márcio De Maria, o customizador dessa raridade. Ou seja, o cara gosta de força.

Corvette_Thor_3x4_traseira

Os primeiros dias de 2009 foram para desmontar tudo que havia sobre o chassi. “Depenamos geral para começar com tudo do zero. O motor já não era o V8 350 do L82, mas, sim, um convencional. Transmissão também era uma automática, detonada. Era um projeto com a cara do Galpão Z28 que, agora, quatro anos depois, invade as ruas paulistanas para os rolês do Diesel”, fala o responsável pelo trabalho. As fotos foram feitas no galpão FULLPOWER, em horas de ensaio, estático, bem estúdio. Mas, o bom é acelerar este clássico. Os dois bancos são bem concha, pequenos, e envolvem quem está dentro do carro. O ronco dos escapes 8×2, com coletores em duas polegadas e restante em três polegadas é animal. Alto, imponente e basta ouví-lo para saber que sobra performance no monstrão. São 8,2 litros no big block aí em cima,  o quadrijet Race Demon tem 1.300 cfm de vazão: é número para bólidos de pista, dos cabeçudos. Por esse carburador, passa apenas ar e gasolina Podium.

Corvette_Thor_motor

Na marcha-lenta, a pouco menos de 1.400 rpm, dá para sentir tudo vibrando e, a cada acelerada, parado, parece que o motor vai pular pelo gigantesco capô da Eckler’s com duto central elevado em mais de 10 cm. Nada mais justo que engatar primeira na alavanca do câmbio Muncie, de quatro marchas, e sair pela rua do galpão FULLPOWER para um passeio radical. Embreagem é leve, mas os engates firmes e colados na alavanca demonstram que o muscle é de macho. Encostar no acelerador e ter perto de 100 kgfm de força é surreal: os pneus 275/45 R17, montados nas American Racing Torq Thrust, terão vida curta. Do jeito que merecem!

Corvette_Thor_tampa_valvulas

E toda a força foi bem dimensionada. Afinal, os investimentos em suspensão e freios também foram fortes, para se adequarem à nova realidade do clássico. Amortecedores e molas são Bilstein, desenvolvidos para esse carro, a pedido do Z28 & Cia. As buchas de poliuretano injetado (e não torneado) colaboram para a rigidez no rolê, assim como o discos nas quatro rodas com pinças de seis pistões na dianteira e quatro na traseira, que garantem muita eficiência nas frenagens. Dá para acelerar com vontade, pois conjunto ele tem de sobra! E mais: se quiser fazer tudo isso com ar-condicionado ligado, de boa, pois tudo funciona e o torque absurdo não vai sentir uma polia extra girando no veoitão.

Corvette_Thor_caixa_de_instrumentos

O cuidado com o Thor é apenas um: mesmo com suspensão alta, deve-se rodar atento para não detonar o bodykit de fibra de vidro nas nossas valetas e entradas de garagem medíocres. Longe disso, numa estrada, é só pisar fundo e torcer para o guardiões da Rodoviária não estarem por perto…

Corvette_Thor_interna

 

Texto: Eduardo Bernasconi

Fotos: João Mantovani