Jetta Variant tem rodas e suspensão a ar gringa montados em casa

Por: Leonardo Figueira / Fotos: Lucas Araujo

Thiago Coelho mora em Serra, ES, e ficou conhecido aqui na FULLPOWER por fazer todo o trampo em casa quando tinha seu Volkswagen Golf GTI turbinado (que apareceu na edição 128). Na época o carro usava para-choque do modelo R32, rodas BBS LM aro 18” e rack de teto com defletor Thule. Mas, de lá pra cá, o carro sofreu muita modificação. Teve duas trocas do jogo de roda (Porsche Cup3 e 3SDM 0.05), o para-choque voltou a ser o original com o spoiler do VR6, além de outras modificações.

“O Golf fazia parte da família, mas já havia chegado no limite. Eu queria começar um projeto diferenciado, algo difícil de ver no Brasil”, conta Thiago. Diferente de muita gente, que primeiro escolhe o carro para depois procurar a roda perfeita, Coelho buscou um caminho alternativo. Ele já estava com a roda em mente e só faltava o carro. “Todos os dias eu caçava diversos VW pela internet, mas nenhum me chamava a atenção”. Foi em um encontro de carros que Thiago, ainda com o Golf, recebeu uma proposta de um amigo.

Uma Jetta Variant MK6, branca, completa, com teto panorâmico e pouco rodada. “De início, não achei que a troca seria vantajosa. Então, fui pra casa e fiquei de boa. Mas, ele não saía da minha cabeça, pois era o carro ideal para o meu novo projeto”.

Com muita dor no coração, Thiago se desfez do Golf e começou a procurar as rodas para a Variant: as tão sonhadas RH ZW4 de duas peças. “Esse modelo é muito raro, até mesmo na Europa”, lembra o cara. A missão não ia ser fácil e o jeito foi se enfiar em fóruns e grupos de venda gringos. Depois de mais de dois meses na caçada, Thiago pensou em desistir e partir para um outro set de rodas. Mas, ficou firme e gastou tempo na suspensão enquanto elas não apareciam.

Na cabeça de Coelho, o carro teria que rodar bem baixo, mas um conjunto de coilover não daria esse resultado. E as ruas do Brasil, segundo ele, também não ajudam. Então, ele foi direto para um conjunto de suspensão a ar da Airlift, importado por ele direto dos Estados Unidos. “Lembro como se fosse hoje a chegada da suspensão em casa, numa sexta-feira. Desempacotei tudo e, quando olhei para o carro na garagem, o relógio marcava 20h, exato momento que comecei a desmontar a suspensão original para montar a nova. Quando o sol estava nascendo, o carro já estava subindo e descendo”, lembra.

O VW baixo com as rodas originais não estava agradando Thiago. Para sua sorte, um polonês havia feito um anúncio das RH em um grupo no Facebook. Mas foi só depois de muito papo que o cara aceitou mandar as rodas para o Brasil. Elas demoraram apenas três dias para chegar em solo nacional. Foi só bater aqui que a alfândega barrou a encomenda e as rodas ficaram 60 dias travadas. “Só consegui a liberação das rodas porque fui pessoalmente para [o terminal de cargas de] Viracopos, Campinas”.

Apesar das novas rodas terem a furação igual a da original (5×112), elas tinham um offset muito alto e ficaram para dentro. Isso não foi problema para Thiago. “Peguei um paquímetro e tirei todas as medidas. Com elas em mãos, corri para o computador e desenhei os adaptadores. No dia seguinte, comprei alguns blocos de alumínio e mandei fabricar as peças”, vibra o proprietário. Com o stance do jeito que queria, faltava mais um passo: o porta-malas.

“A ideia inicial era fazer as linhas rígidas da passagem do ar, o famoso hardline, mas no Espírito Santo não tem ninguém trabalhando nisso”. Isso foi só mais uma desculpa para Thiago colocar a mão na massa, algo que o cara gosta de fazer. “As primeiras peças ficaram horríveis, mas fui pegando jeito e montei o porta-malas bem clean”, diz, satisfeito com seu trabalho no VW. E, pelo jeito, ainda tem muita coisa por vir.

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