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Mustang recebe body kit de GT 500 e sonzeira pesada
O barato saiu caro: dono de Mustang investe em modificação de origem duvidosa e quebra a cara. No fim, precisou refazer o serviço e gastar praticamente tudo de novo!
Para o proprietário desse Mustang 4.0 2009, pode-se dizer que “o barato saiu caro”. Afinal, ele optou por acessórios de baixa qualidade e, pouco tempo depois, todo o seu investimento iria para a lata do lixo. “Quando ele chegou com o carro aqui na loja, havia um capô de fibra todo danificado, assim como para-choques, spoilers… Tudo detonado!”, lembra Tony Leandrini, um dos donos da instaladora paulistana Leandrini, responsável pela refação do trampo.
Mas, nem tudo estava perdido diante daquela tragédia. O motor V6, por exemplo, recebeu um upgrade de performance classe A, com direito a kit de supercharger Paxton sob medida. O motor funciona liso, perfeito e, agora, despeja mais de 400 cavalos, ante a potência original de 210 cv. “Ele andava legal, mas não tinha um ronco de respeito. Assim, sugerimos um sistema completo Magnaflow, que encorpou muito mais o som do seis cilindros”, atesta Tony.
Se na performance pouca coisa recebeu alteração, o mesmo não aconteceu com a estética. Para ter uma ideia, as únicas partes mantidas intocadas foram o par de lanternas traseiras e o sistema de freio, que ainda assim recebeu pintura vermelha nas pinças (eram amarelas). O restante, tudo novo! Da Ford Racing, por exemplo, partiram para-choques, capô, faróis, spoilers, tomadas de ar laterais (fakes)… Tudo importado da versão Shelby GT 500 e encaixadas — agora sim — como uma luva. “Além da qualidade e garantia, as peças são simples de instalar e requerem pouquíssimos ajustes. E, claro, garantem um aspecto esportivo original de fábrica”, completa Tony, que importou diretamente os componentes.
Assim que a personalização externa foi finalizada, com uma bela pintura, emblemas e um aerofólio (também do GT 500), a equipe Leandrini migrou para o interior do Mustang, onde a radicalidade seria ainda maior. A começar pelo couro, completamente refeito, com direito a costuras diferenciadas. Aproveitando o desmonte de bancos e laterais para o revestimento, os profissionais passaram cuidadosamente fios e cabos do sistema de som, da americana Stinger. Após a etapa concluída, hora de abrir uma maleta de alumínio e tirar o “ouro” do projeto de som! Sim, os dois kits duas vias chegam em valises, semelhante àquelas do filme 007, com opção de acabamento com aros de couro ou fibra de carbono — nesse caso, a última foi a escolhida.
E todo esse requinte na apresentação do kit 660GTi tem um sentido: ele foi desenvolvido em comemoração aos 60 anos da JBL, com materiais nobres. O cone do midbass, por exemplo, é de Kevlar, enquanto a potência é de 150 W RMS, com frequência de 50 Hz a 30 KHz — nesse carro, o corte ficou a partir dos 60 Hz. Enquanto o kit dianteiro foi montado nas portas, o traseiro ganhou novas bases, também revestidas em couro, cada uma com câmaras de 10 litros. “Como o carro é blindado, não foi preciso revestir acusticamente o interior”, diz Tony. E, por falar em blindagem, a Leandrini agora também ataca nessa área, um dos motivos para a troca dos vidros do Mustang: “eles estavam velhos e sem a garantia de proteção. Para finalmente deixar o carro zerado, indicamos novos componentes”, diz.
Sorte desses vidros serem blindados, pois o grave enviado do porta-malas possivelmente poderia estourá-los! Brincadeiras à parte, o compartimento recebeu o que havia de melhor em potência e qualidade. E isso vale para os dois subwoofers de 10”, com 350 W RMS de potência cada, montados em caixa selada, tocando entre 25 Hz e 80 Hz. Eles são alimentados por um par de amplificadores de quatro canais que, ligados em bridge, liberam 800 W RMS aos componentes. Um terceiro sustenta o estéreo, liberando quatro canais de 100 W RMS para cada kit de falantes.
Na cabine de pintura Leandrini, além da carroceria do Mustang, entraram também os acabamentos do porta-malas, feitos em madeira MDF. Segundo Tony, eles receberam diversas camadas de tinta automotiva, sendo um prata fosco para detalhes e um preto brilhante para as placas maiores. “Para destacar o projeto, adicionamos LEDs de alto brilho por baixo das laterais. Basta abrir a tampa para ter o habitáculo preenchido com a luz”, ressalta. Ao fundo, dois crossovers dos kits de voz complementam o visual, ambos com iluminação branca por trás do acrílico de proteção.
Antes de entregar esse superinvestimento ao (anônimo) empresário — ultrapassa a centena de milhares de reais —, a equipe da instaladora fez questão de calçá-lo com novas redondas esportivas, da gringa Gianélle. Modelo Santo 2SS, o jogo de 20” possui a porção central pintada de preto fosco e o restante polido. Pneus têm diferença na largura, sendo 255/35 na dianteira e 285/35 da traseira.
Uma coisa é certa: após gastar uma verdadeira fábula para, finalmente, ter um Mustang de respeito, o dono não quer saber de outra loja para seus próximos projetos. “Ele se arrependeu amargamente de não ter vindo aqui desde a primeira vez. Sua felicidade ao ver o carro foi tamanha, que ele já garantiu trazer todos seus outros carros na Leandrini”, vibra Tony.
Texto: Giuliano Gonçalves
Fotos: João Mantovani
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