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VW Fusca “renasce” após quatro anos de restauração
A ar: após quatro anos de uma minuciosa restauração e preparação, Fusca 1600s, o “bizorrão”, está melhor que em sua juventude.
O saudoso Fusca refrigerado a ar já teve sua versão esportiva, lançada em 1974. O 1600 S, ou Super Fuscão, ficou popularmente conhecido como o Fusca “Bizorrão”. Na época, este “superesportivo” vinha equipado com motor 1.6 com dupla carburação e painel com conta-giros, medidor de temperatura do óleo, amperímetro e relógio de horas, além dos marcadores comuns (velocímetro e medidor de gasolina).
Este exemplar 1975, do gerente comercial da SPA Turbo, Rogério Felix, foi adquirido em processo de restauração, inteiramente desmontado. “O carro estava com a carroceria boa, mas precisava de um belo trato. O que ajudou no processo foi a presença de todos os acessórios de época”, conta o entusiasta, que completa: “o mais difícil foi achar um profissional disposto a encarar meu projeto, já que queria um carro impecável e, principalmente, muito mais envenenado do que havia saído de fábrica no anos 1970”.
Este profissional, Rogério encontrou na periferia da zona norte de São Paulo, onde um alucinado pelo Besouro, o mecânico e preparador João “Cebola” Maletti, da CB VW Performance, encarou a tarefa de terminar a recuperação e montagem do 1600 S. “Já trabalhei em uma oficina especializada em restauração, onde aprendi muito. Além disso, sou apaixonado por VW refrigerado a ar. Quando o Rogério me falou do seu projeto, foi como realizar um sonho, pois teria os melhores equipamentos e ele seria montado totalmente por mim”, revela Cebola.
Vamos às compras!
Com aquela famosa listinha de peças na mão, Rogério começou a garimpar os equipamentos, procurando tudo do bom e do melhor para seu “Bizorrão”. Enquanto isso, o carro foi enviado para um parceiro de Cebola, o pintor Baudoino Dinno, da Dinno Paint, que providenciou uma reluzente pintura na cor branco Lótus, original do carro. “Pintar o carro não foi o mais difícil. Complicado mesmo foi dar um trato nas latarias de motor e da ventoinha em fibra, deixando tudo da mesma cor e com encaixes perfeitos. Foram várias idas à oficina do Cebola para, juntos, deixarmos tudo 100%”, conta o orgulhoso pintor.
No motor, a restauração foi deixada de lado e o 1.600 foi descartado. Em seu lugar, entrou um 1.900, composto de virabrequim Sportsystem com 69 mm de curso e pistões AA de 94 mm com banho cerâmico HXP Performance. Os cabeçotes, estes da Autolinea, receberam retrabalho da Tag Cabeçotes Especiais, deixando a taxa de compressão em 8,5:1. O comando de válvulas é o americano Engle W-110, com 284º. “Na alimentação desse motor, optei pelo carburador, para manter uma preparação de época. No caso, são dois SPA Turbo 40 IDF, montados em coletores de admissão Crestana e uma bomba de combustível de 9 kg, também da SPA”, explica Rogério. Já a parte de ignição é toda da americana MSD, com bobina Blaster 3, amplificador de faísca Street Fire, cabos 8,5 mm e distribuidor Billet.
Rodando com o Besouro, é impossível passar despercebido. A galera que curte um carro original para ao lado e dá os parabéns pelo impecável VW. Já os amantes dos preparados, logo percebem a suspensão levemente rebaixada — por um kit de mangas de eixo EMPI — e o som encorpado do escapamento dimensionado 4×2, modelo Fat Boy, com saída dupla em aço inox da SPA Turbo.
Nos encontros de carros em que o proprietário frequenta, as reações são as mais diversas em relação ao motor quando a tampa está aberta. Uma imponente ventoinha modelo Porsche, da Crestana, é sempre o alvo das atenções dos curiosos, que perguntam se requer muito trabalho para deixar o visual sempre impecável. Rogério, que tem o carro montado há quase um ano, diz que é relativamente fácil, pois o preparador faz motores a ar que, realmente, não vazam óleo. Aí, é só tirar o pó uma vez por semana que o coração do besouro fica assim, sempre limpinho.
Rogério estima que, com essa preparação, a potência esteja em torno de 130 cavalos e com torque pouco acima dos 20 kgfm. “O intuito não é ter um rojão, mas um carro para desfilar. Mesmo assim, ficou bem interessante e gostoso, tanto que fui obrigado a instalar freios a disco de Audi na traseira, para garantir segurança nos momentos de empolgação”, brinca o feliz proprietario, que investiu cerca de 30 mil reais em toda restauração e upgrades impecáveis. E aí, vai fazer uma oferta no “Bizorrão” branco?
Texto: Fabio Felix Pascoal
Foto: João Mantovani
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